Quer saber como o Facebook vê o mundo dentro de 10 anos? Mike Schroepfer, CTO da empresa, olha para a bola de cristal
Na abertura do segundo dia da Web Summit, olhamos para o futuro com a ajuda do Facebook, e para o mundo como é visto pela maior rede social. As fundações do futuro assentam em três vetores fundamentais: conetividade, inteligência artificial e realidade virtual.
Conetividade
Para todos nós que habitamos áreas urbanas desenvolvidas, a conetividade é um dado adquirido, é como ter água canalizada. Para o Facebook, conetividade, ou falta dela, significa dois terços dos potenciais clientes fora do sistema, apenas porque não se podem conetar. África, uma grande parte da America Latina, Ásia e Oceânia alojam quatro mil milhões de cidadãos que, mesmo que possam adquirir um smartphone barato, não têm uma forma barata de acesso aos dados, e em muitos casos não têm nenhuma forma mesmo de conetividade.
O polémico projeto de Open Internet (internet.org), de dar acesso a troco de um condicionamento da liberdade de escolha dos conteúdos, continua a ser uma grande aposta do gigante e assenta na criação simultânea de três infraestruturas de conetividade: satélites de baixa altitude (que sofreu um revés este ano com a explosão de um lançador), um “enxame” de aviões solares que operam a baixa altitude 24/7 para regiões como África, e cujo protótipo já voa, e um sistema de Wi-Fi broadband para as cidades.
Inteligência Artificial (IA)
Para o Facebook, a IA tem tudo a ver com a imagem, especialmente com os biliões de fotos carregadas pelos seus utilizadores para os seus servidores.
Criar algoritmos que podem rapidamente categorizar a fotografia, determinar a forma das pessoas e distinguir objetos são, do ponto de vista humano, uma tarefa de inteligência básica. Porém, para uma máquina é ainda um desafio distinguir um ser humano de um fundo confuso.
A empresa está a investir uma parte substancial do seu orçamento de I&D para desenvolver uma tecnologia que permita, num futuro próximo, dar aos seus utilizadores a possibilidade de arquivar e compartilhar fotografias com meta dados automáticos, no reconhecimento de pessoas, de objetos e paisagens.
Outra área de IA que o Facebook vai apresentar está relacionada também com a imagem, especialmente com o vídeo, e é um processamento de imagem no próprio telemóvel que permite introduzir um estilo gráfico, como uma pintura impressionista, ou uma qualquer imagem de pop art, para que o vídeo seja reeditado ainda antes de ser compartilhado, usando o estilo de uma imagem livre escolhida pelo utilizador que seja o “template” gráfico.
Realidade virtual (VR)
VR para a maior rede social só pode significar Social VR. E isto pode significar gaming entre dois jogadores, mas pode ser também ser uma interação social entre os nossos “avatares”.
O Facebook já anteriormente tinha apresentado uma app experimental que permite a criação de um avatar nosso, assim como a criação de objetos virtuais simples. O desafio é a criação de uma plataforma de Social Media com a capacidade e os recursos de hardware que permitam abrir a VR aos utilizadores, utilizando não só os seus avatares como também um mundo virtual que misture o vídeo obtido pelo smartphone com os objetos virtuais, em ambiente mobile e sem recurso a qualquer outro hardware externo.
Mais do que a “bola de cristal” do Facebook para os próximos 10 anos, este é o roadmap do gigante para os seus investimentos em I&D, software e infraestrutura.