Web Summit: no SaaS Monster discutiu-se o futuro do trabalho

O palco SaaS Monster dividiu as apresentações e curadoria por quatro áreas - cloud, big data, enterprise technology e segurança -, mas a reflexão sobre o futuro do trabalho foi protagonista durante os três dias em que o palco pôde ser visitado pelas mais de 70 mil pessoas que participaram na conferência tecnológica

Web Summit: no SaaS Monster discutiu-se o futuro do trabalho

 

Mesmo entre centenas de apresentações, não foi difícil escolher um tema para acompanhar, cuja reflexão decorreu no palco do SaaS Monster: o futuro do trabalho. 

Reproduzimos algumas das apresentações mais impactantes. 

 

“Lisbon and the world”, por John Graham-Cumming, CTO da Cloudflare 

A Cloudflare tem novo escritório em Lisboa, e John Graham-Cumming está atualmente a viver na cidade. 

Desafiado a refletir sobre a ligação de Lisboa com o resto do mundo, o orador deixou clara a importância das ligações aos Estados Unidos na equação, mas também mencionou o talento português como fator decisivo para a fixação na capital 

“Lisboa e Portugal têm a oportunidade de serem o próximo tech hub da Europa, e estou contente por estar aqui antes de as pessoas se aperceberem. 

Lisboa é muito atrativa, tem uma boa qualidade de vida, e o fuso horário é uma enorme vantagem no negócio. Queremos recrutar localmente, e podemos “importar” algumas pessoas, mas imagino que tentemos trazer a diáspora portuguesa para cá (…). Ao escolher-se Portugal olhamos para a política de emigração, fuso horário, voos diretos para São Francisco, qualidade de vida. Reconheço que os salários são mais baixos em Portugal do que em outros pólos tecnológicos europeus, mas acredito que isso vai mudar e que o resto pesa mais. Se fossemos escolher um país ou cidade apenas pelo custo baixo, iríamos mais para Este na Europa.

Vivi em muitos sítios, mas as pessoas têm uma forma saudável de viver aqui. Não se ‘matam’ a trabalhar, mas trabalham arduamente”. 

 


“The Future Of Work”

Por Sarah Nahm, CEO da Lever; Polina Molano, Co-Founder do JobToday; David Yang, fundador e chairman da Abbyy; e Yancey Spruill, CEO da DigitalOcean 

 

Diversidade, inclusão, analítica e inteligência artificial. 

O futuro do trabalho passará pelo cruzamento de estes e outros conceitos, e pela capacidade das organizações de saberem escolher as suas prioridades e estratégia. Os dados não são uma moeda de troca suficientemente viável, a menos que refinados 

 


“O futuro do trabalho é mais humano, mais diverso, mais competitivo. 2020 será o momento para a conversa sobre a diversidade e inclusão. Já ninguém pergunta se isto é importante, já é um prioridade à partida. Mas é difícil perceber por onde começar, não foi fácil chegar ao rácio 50/50 entre homens e mulheres na nossa empresa, mas o que nos ajudou foi ultrapassarmos os objetivos demográficos e tirar a diversidade dos [critérios] demográficos para o quotidiano, dar às pessoas objetivos locais, criar aquilo a que chamo microinclusões, que criam contexto” 

- Sara Nahm 

 


“A questão do género, à primeira vista, pode não ser tida como prioritária, numa altura em que já é tão difícil encontrar e reter talento de qualquer modo. É preciso encontrar um profissional que venha e cumpra aquele objetivo. Mas a verdade é que se tivermos mais mulheres nas empresas à partida, vamos contratar mais mulheres, se tivermos pessoas de diferentes origens vamos continuar essa diversidade.

Se uma empresa for fundada tendo logo esse equilíbrio, o resto acontece naturalmente” 

- Polina Molano 

 


“No contexto da inclusão, a inteligência artificial pode ajudar-nos também. Criámos tecnologias que conseguem perceber quão felizes, cansadas, frustradas, estão as pessoas, baseando-nos em analítica.

Permite às organizações prever problemas em todos os grupos que fazem parte da equipa. O People’s Analytics existe porque não se pode melhorar sem se poder medir” 

- David Yang 

 


“Temos de ser cuidadosos. As pessoas pensam que ter dados é ter respostas, e levam dados para reuniões sem pensarem no seu significado. Temos de ser muito cuidadosos ao escolher os dados que precisamos de facto, aqueles que devem ser utilizados. Temos demasiados dados e precisamos de os destilar. 

[Dando o exemplo de um bom aproveitamento de dados], há cinco pontos principais que são possíveis de perceber, sobre os drivers da felicidade dos funcionários, apenas com dados de “Engagement”: a confiança na administração da empresa, as oportunidades de carreira, se existe procura de outro emprego, a compreensão da visão da empresa, e a compatibilidade com a visão da empresa. Com isto é possível criar iniciativas relevantes” 

 - Yancey Spruill

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