Decorreu no dia 4 de julho o SAS Forum Portugal 2019, que reuniu em Belém perto de 1.200 clientes e parceiros para debater a forma como a analítica está a mudar o mundo e os negócios. Esta foi edição especial, não só por suceder ao recente investimento de mil milhões de dólares na acessibilidade da inteligência artificial, mas também por marcar os 25 anos da empresa em Portugal
O SAS instalou-se em Portugal em 1994 e escusado será dizer que não só a analítica era diferente, como o mundo era diferente. Muito mudou nestes 25 anos; em 1994, a pequena minoria de pessoas que disponham de ligação internet por modem de 28 Kbps, não o poderiam fazer se o telefone fixo estivesse em utilização – em 2019, é raro alguém não ter internet no telemóvel. Hoje, vivemos num mundo digitalizado, em que tudo acontece em tempo real e nada pode ser deixado ao acaso – o mundo mudou e a analítica mudou com ele. Enquanto em 1994 tratava maioritariamente da análise estatística de dados financeiros, hoje leva inteligência artificial, machine learning e IoT aos processos e operações de todos os setores. “Estamos numa época extraordinária, cheia de desafios, sim, mas ainda mais cheia de oportunidades”, disse Ricardo Pires Silva, Diretor Executivo do SAS Portugal. “A analítica avançada e a inteligência artificial estão a começar a mudar estruturalmente quase todas as nossas indústrias, quase todos os nossos negócios e, consequentemente, as nossas vidas. O seu impacto é comparável apenas à revolução industrial, ou ao advento da eletricidade ou da internet – e ainda assim estamos no princípio do princípio de tudo isto”. Tudo isto foi tornado possível, explica, não só pelos avanços naturais no próprio campo da analítica, mas também pela disponibilidade de computação cada vez mais barata, poderosa e omnipresente, a explosão da conectividade e, acima de tudo, o crescimento exponencial dos dados gerados – em suma, pela transformação digital. Contudo, esta transformação digital por si só não chega – é necessário fazer também a “transformação analógica” das pessoas e dos processos para que estas tecnologias tragam de facto valor para a organização. Assim, o que mudou não foram apenas as capacidades da analítica, mas também o papel que esta desempenha nos negócios. “A analítica deixou de estar só no laboratório, na academia, no canto mais fundo e mais escuro da empresa e passou a estar no topo da agenda do board”, refere Ricardo Pires Silva, em entrevista com a IT Insight. “Começaram a perceber que é nos dados que têm em casa que está a maior fonte de conhecimento sobre os seus negócios e os seus clientes, do qual ainda não estão a tirar partido. E o que vem aí é ainda mais dados, mais informação, e se não criam estes mecanismos vão perder vantagem competitiva”. Por ser exatamente um período crítico para a adoção, a SAS tem concentrado esforços em fazer a desmistificação e democratização da inteligência artificial, “de que toda a gente fala e ninguém sabe o que é, ou para que serve”. A inteligência artificial, explica, nada mais é que a automação de processos que até agora só podiam ser levados a cabo por humanos, da mesma forma que as várias revoluções industriais o fizeram, e deve ser encarada como tal. A única diferença é que onde viemos a automatizar processos mecânicos, estamos agora a automatizar processos cognitivos. Em muitos casos, sim, virá a substituir humanos, noutros só mudará a forma como trabalham – e, como aconteceu com as várias revoluções industriais, a economia e a sociedade vão ter de evoluir. Mais importante ainda: como aconteceu com a máquina a vapor, a eletricidade e a robótica, a analítica avançada e inteligência artificial estão a permitir coisas até agora impensáveis. Coisas como equipar locomotivas com câmaras para monitorizar o estado de centenas de milhares de quilómetros de linha férrea com recurso a computer vision. Ou como determinar o denominador comum entre o 0,01% das pessoas que reagem adversamente a um medicamento, e desenvolver um teste que possa fazer o despiste antes da sua administração. "O SAS investiu mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento para que a inteligência artificial – a real, a que temos hoje, a que traz valor, que salva vidas – seja mesmo para todos e em todo o lado". |