Devido ao Coronavírus, o Digital e as IT assumem um papel fundamental na capacidade das organizações darem continuidade ao seu negócio, assim como na perspetiva de evolução da economia e sociedade
A IDC Portugal realizou o webinar "Digital and IT Implications: impact and what's next for Portugal" com o objetivo de discutir o impacto do COVID-19 na atividade das organizações nacionais, assim como identificar as iniciativas que estas organizações têm vindo a adotar para superar e sair desta crise ainda mais fortes. Foram mais de mil aqueles que participaram nesta conferência digital e que ouviram a perspetiva de analistas e consultores da IDC e de líderes de algumas das principais organizações nacionais. André de Aragão Azevedo, Secretário de Estado para a Transição Digital deu início a este webinar, defendendo que “esta crise, não é apenas só mais uma crise”. Como é que o digital pode ser utilizado na resposta a esta pandemia e como a combater, e simultaneamente manter o ecossistema de produção e a economia do país a funcionar numa lógica de sobrevivência atual e na preparação do quadro económico pós-pandemia é, para o Secretário de Estado, o grande desafio da época que vivemos. O Governo, assim como um conjunto de entidades, como é o exemplo de serviços públicos, empresas tecnológicas, operadores de telecomunicações, associações voluntárias, criaram um gabinete de resposta digital ao COVID-19 onde se recorreu a medidas de base digital e ao envolvimento destes agentes públicos e privados de maneira a dar uma resposta integrada a quem procura este serviço. Vanda Soeiro, Consulting Manager da IDC Portugal, Timoteo Figueiró, Research Manager também da IDC Portugal, e Jorge Costa Reis, Associated Partner IDC Consulting & Partner da Zertive, fizeram parte do painel IDC Analysts & Consultants onde se partilhou o resultado do estudo que a IDC, tanto a nível europeu como nacional, tem vindo a levar a cabo nos últimos dias relativamente ao impacto do COVID-19. Vanda Soeiro apresentou a análise que a IDC tem feito a nível europeu sobre o impacto desta pandemia na economia. Até à apresentação do estudo, no dia 2 de abril, o panorama mais provável é de um decréscimo do PIB europeu, onde se pode observar uma variação de -4.7% em 2020 em comparação ao ano de 2019, devido à redução da procura, bem como ao clima de incerteza. A analista acredita que o mercado assistirá a uma redução dos funcionários, quer efetivos ou não, e de trabalhadores por conta própria e salienta que “a recuperação só se fará sentir em meados do próximo ano”. O investimento em tecnologias de informação segue a mesma tendência pois as empresas vão ter de rever os seus orçamentos de IT ainda este ano. Por outro lado, haverá uma forte aposta em serviços cloud e em ferramentas de colaboração para trabalho remoto. Os setores de distribuição e retalho vão ser os mais afetados nesta fase; os gastos em TIC vão desacelerar devido aos atrasos nas cadeias de abastecimento asiáticos, à diminuição da procura, bem como devido às restrições de viagens e reuniões presenciais. “Dar continuidade ao negócio, utilizando os caminhos digitais, assegurar a ligação com o cliente, planear medidas de contingência e identificar os elos fracos no ecossistema de Parceiros” são alguns dos princípios básicos que Vanda Soeiro acredita que as empresas devem seguir para ultrapassarem esta fase. Impacto em PortugalTimoteo Figueiró, explica que, por enquanto, apenas 8% das empresas a nível nacional afirmam não ter sofrido qualquer tipo de impacto nas suas operações. A maiorias das organizações acredita conseguir desempenhar funções com um nível mais reduzido e só 20% das organizações viram as suas funções seriamente comprometidas devido a esta pandemia. Assim sendo, a grande preocupação das organizações neste momento é o impacto nas receitas e no seu relacionamento com clientes e colaboradores. Para Timoteo Figueiró, “nem todas as organizações estão preparadas para esta pandemia e grande parte das organizações vão ser obrigadas a rever as suas prioridades de negócio”. Outra das grandes preocupações das organizações continua a ser o facto de esta crise ter o potencial de se tornar numa recessão global e, pior ainda, numa depressão profunda da economia. Jorge Costa Reis defende que esta situação veio mudar a forma como as organizações olham para o trabalho, visto que vão começar a antecipar o futuro com base em big data e ferramentas analíticas. O COVID-19 veio acelerar o processo de digital worker, tornando os trabalhadores mais produtivos, bem como a definição de workplace. As organizações mais bem-sucedidas vão ser aquelas que aproveitam o atual contexto e conseguem levar esta mudança mais além e tirar partido dela, através de novos modelos de negócio ou da marca e aspetos reputacionais, tomando assim medidas que aumentem a receita das organizações. |