Depois de dois anos em que o evento se realizou de forma virtual, o PT Meeting Center, em Lisboa, recebeu o Lisbon Data & AI Forum, o evento anual da Noesis dedicado a dados, analítica e process mining
A Noesis voltou a realizar o Lisbon Data & AI Forum, o seu evento anual que já vai na sua sexta edição onde junta parceiros e clientes para abordar as tendências do mercado de dados. Com sete sessões diferentes – onde se contam mesas-redondas e sessões técnicas – o PT Meeting Center, em Lisboa, recebeu aquele que pretende ser um marco nos eventos dedicados ao tema não só dos dados, mas também de business intelligence, analítica e process mining. Redefinir a cultura de analíticaA primeira sessão do dia foi dedicada a uma 'cultura data-driven'. Luís Gonçalves, Data Analytics & AI Director da Noesis, relembrou que “tomar decisões com dados é sempre melhor do que seguir instintos”, até porque seguir instintos “pode resultar, mas nem sempre é a melhor ideia”. Ao tomar decisões com base em dados as organizações vão ser capazes “de medir [a decisão] e acompanhar e ganhar a capacidade de ser mais proativo para mudar algo que não está a correr bem ou capitalizar o que está”, explica. Luís Gonçalves relembra que uma cultura data-driven inclui a força de trabalho, onde os colaboradores utilizam analítica e estatística para otimizar os seus processos para completar as suas tarefas. Como vantagens, esta cultura ajuda a tomar decisões mais eficientes, seguir o progresso e melhorar a coordenação. “[Nas organizações] já não vejo o data como um nice-to-have; já é algo que, garantidamente, está na dinâmica das empresas”, acredita Luís Gonçalves. “À medida que as organizações vão evoluindo, os dados começam a espalhar-se pela organização, a controlar as métricas baseadas em informação, otimizar o que é o stock, a produção”, por exemplo, da organização, adaptando a estratégia à medida que o ambiente dentro e fora da organização avança. Para conseguir esta cultura data-driven é preciso tecnologia, mas “este não é um problema tecnológico”. Para esta cultura, são necessárias as plataformas tecnológicas, sim, mas também de construir comunidades, de escalar o conhecimento, de programas de transformação, de aprendizagem contínua e jornadas personalizadas. Mudar a culturaPara que a organização tenha uma cultura virada para dados é preciso melhorar algumas coisas dentro da empresa. Uma das coisas é mudar o mindset, até porque mudar o mindset coletivo dos colaboradores para que estes adotem os dados é uma das principais dificuldades. Para isso, é necessário dar literacia de dados aos colaboradores e dar recursos de análise. Simultaneamente, também é preciso melhorar o skillset, até porque ser bem-sucedido com os dados, os colaboradores precisam de conhecimentos e skills relacionados com os dados. É necessário ter o ‘patrocínio’ da administração, da gestão de topo, dar espaço para experimentar e procurar ter quick wins, uma vez que motiva os colaboradores a continuarem esta cultura. Também é necessário afinar o toolset, já que, ao longo do tempo, as organizações acumulam uma variedade de sistemas e ferramentas que precisam de ser afinadas. Aí, a estratégia pode passar por modelos de self-service, automação, processos de integração e uma versão única da verdade. Por fim, é preciso solidificar o dataset, até porque os dados são um meio para o fim onde a sua relevância e qualidade vai determinar se vai ou não ser adotado pelos colaboradores. Para isso, é preciso alinhar a estratégia, ter políticas de data governance e de privacidade e segurança dos dados. Avançar com precauçãoLuís Gonçalves partilha que nem tudo é perfeito e é preciso avançar com precaução ao adotar estas estratégias junto dos colaboradores. Existe um problema associado com a aceleração digital, chamado de fadiga de ferramentas. Com o trabalho remoto, os colaboradores experienciaram distrações e ineficiências porque têm de utilizar diferentes softwares ou serem obrigados a usar ferramentas que não vão de encontro ao seu workflow pessoal. A solução, afirma o Data Analytics & AI Director da Noesis, pode passar por formas mais fáceis de digerir para trazer insights para os colaboradores, nomeadamente analítica embebida. Por fim, Luís Gonçalves refere que o futuro da analítica vai ser baseada em analítica descritiva, analítica preditiva e analítica prescritiva. A inteligência artificial, combinada com automação, vai evoluir para guias prescritivos, levando a decisões mais inteligentes e proativas.
A IT Insight é Media Partner do Lisbon Data & AI Forum 2022 |