O Centro Cultural de Belém, em Lisboa, recebeu o Lisbon Data & AI Forum, evento anual da Noesis dedicado a dados e inteligência artificial, que este ano conta com o apoio da Qlik, da StreamSets, da Cloudera e da Celonis
O Lisbon Data & AI Forum, organizado pela Noesis, voltou a realizar-se, desta vez no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para, na sua sétima edição, debater o futuro dos dados, da analítica e da Inteligência Artificial (IA). A IT Insight é Media Partner do evento. O primeiro keynote do evento contou com Luís Gonçalves, Data Analytics & AI Director da Noesis, que abordou o futuro dos dados e da IA. Luís Gonçalves começou por relembrar que a IA começou nos anos 50 do século XX. Ao longo dos anos, a tecnologia foi evoluindo, mas “não existia capacidade computacional” para acompanhar o que a IA necessitava. Chegada a década de 2020, dá-se a explosão da IA. Nos últimos anos, o interesse por IA cresceu bastante, principalmente por causa do ChatGPT. “Quando falamos de explosão da inteligência artificial, é mesmo uma explosão”, refere Luís Gonçalves. O que se desejaria é que a IA já tivesse alterado os diferentes setores. No entanto, atualmente, a IA é uma estratégia “nice to have”. Há resistência para perceber os ganhos das tecnologias e demoram demasiado tempo para implementar um projeto piloto que, na altura em que é aplicado, pode já estar desatualizado. Assim, as soluções de IA vão aumentar a complexidade técnica e das arquiteturas e a tecnologia precisa de mais dados e mais recursos. Idealmente, ressalva Luís Gonçalves, a IA seria o gatilho para reduzir os silos de dados e criar uma cultura data-driven, para além de ajudar em todos os processos de automação de dados. Do ponto de vista das pessoas, o conceito de IA indica que a tecnologia devia ser a resposta aos desafios habituais de um negócio e alterar o trabalho dos colaboradores, onde iriam pensar mais e fazer menos. No entanto, a complexidade é tanta que leva a que o trabalho por causa da IA – para a colocar a funcionar corretamente – seja maior. Para Luís Gonçalves, há quatro desafios na implementação de IA nas organizações: qualidade e disponibilidade dos dados; integração com sistemas existentes; incerteza dos custos e do ROI; e shortage de talento e skill gap. Na integração de IA nas organizações, o processo atual inicia-se por um desafio de negócio, onde o IT vai ver se tem dados disponíveis e se estes são bons ou maus, e fazer a análise de negócio na expectativa de retirar bons insights para o desafio apresentado. Idealmente, diz Luís Gonçalves, o processo seria aumentado pela IA, onde o desafio de negócio seria apresentado por IA e onde os insights seriam AI-driven. A jornada precisa de começar com um assessment para avaliar a infraestrutura existente, as capacidades de dados e as competências das equipas. Depois, é preciso definir a estratégia de IA e como a tecnologia vai contribuir para os objetivos propostos. É preciso, também, ganhar apoio da liderança de topo e, por fim, recolher e preparar dados de grande qualidade. Assim, haverá uma implementação de IA através das organizações para endereçar os desafios, enquanto se expande e continua a refinar os processos. A IT Insight é Media Partner do Lisbon Data & AI Forum 2023. |