IT Insight TALKS: a cloud está a tornar-se num “organismo vivo e evolutivo”

Henrique Carreiro, diretor da IT Insight, apresentou um keynote na IT Insight TALKS, com foco na evolução e desafios da cloud híbrida e multicloud. Num discurso pautado por uma análise e contexto histórico, o especialista sublinhou a relevância crescente destas tecnologias e o impacto que têm na transformação digital das organizações

IT Insight TALKS: a cloud está a tornar-se num “organismo vivo e evolutivo”

No passado dia 28 de novembro, a terceira edição da IT Insight TALKS, promovida pela revista digital IT Insight, decorreu no Fórum Tecnológico Lispolis, em Lisboa. O futuro da cloud híbrida e multicloud esteve no centro do debate, tema que motivou Henrique Carreiro, diretor da IT Insight, a subir ao palco para inaugurar uma manhã dedicada à partilha de insights e à exploração de tendências emergentes na área.

Cloud híbrida e multicloud: definições e implicações

“A cloud híbrida é algo bem definido: combinações de duas ou mais clouds, que podem ser públicas ou privadas”, introduziu Henrique Carreiro. Este conceito distingue-se de abordagens mais tradicionais, como a utilização de infraestrutura on-prem associada a uma cloud pública, que tecnicamente não configura uma verdadeira cloud híbrida, explicou.

O diretor da IT Insight também destacou a ascensão do modelo multicloud, que permite a integração de serviços de vários fornecedores. “Hoje, é muito natural fazermos uma combinação de serviços provenientes de múltiplos fornecedores. É quase como um Lego em que se juntam peças de várias partes”, afirmou. Esta abordagem reflete as exigências crescentes das empresas em utilizar soluções especializadas para diferentes áreas, como é o caso da Inteligência Artificial (IA) e machine learning.

Infraestruturas como alicerce

Henrique Carreiro traçou um paralelo histórico com “o boom das Dot-com” no ano 2000, mencionando como as infraestruturas criadas nesse período possibilitaram avanços significativos nas décadas seguintes. “Independentemente do que se passou a seguir a 2000, a infraestrutura ficou” acrescentando que “neste momento, estamos numa fase absolutamente histórica em termos de criação de infraestrutura”.

Entre os fatores que impulsionam esta evolução, destaca-se o papel das infraestruturas globais, como data centers e “a criação de outro tipo de infraestruturas, nomeadamente as de cabos submarinos”, essenciais para suportar a expansão da cloud. “A cloud não vive sem infraestrutura de comunicações”, reforçou o diretor da IT Insight.

O papel transformador da IA na cloud

A Inteligência Artificial (IA) emergiu como um tema central no keynote, evidenciando como está a transformar não só os serviços de cloud, mas também a forma como estes são geridos e utilizados. Atualmente, “é praticamente impensável que alguém que esteja na parte do desenvolvimento não utilize desenvolvimento assistido, seja do lado da OpenAI, Anthropic, Google” ou até mesmo de “fornecedores chineses”, que têm registado avanços significativos, apontou Henrique Carreiro, tornando assim o desenvolvimento sobre serviços uma área indispensável.

O especialista destacou ainda como os principais fornecedores de cloud estão a reformular a sua infraestrutura para atender às crescentes exigências da IA, incluindo o desenvolvimento de processadores próprios. “Os fornecedores estão a apertar o torno para transitar os clientes para os novos chips que produzem. É uma integração vertical que está a transformar a cloud de uma forma muito rápida”, revelou.

Além de facilitar o desenvolvimento, estas soluções também ajudam na otimização de custos, uma vertente emergente em que os fornecedores estão a investir fortemente, reconhecendo o impacto económico para as empresas.

Adaptação contínua: uma necessidade de estratégia

Outro ponto crítico abordado foi a necessidade de maior interoperabilidade entre os fornecedores, motivada pela pressão dos clientes. “Há um esforço grande para reduzir as barreiras entre serviços, seja em termos de custos de migração ou da criação de serviços interoperáveis. Esta é claramente uma área que vai evoluir”, afirmou Henrique Carreiro. De acordo com o diretor da IT Insight, as parcerias ilustram como a cloud está a tornar-se num “organismo vivo e evolutivo”.

Por fim, Henrique Carreiro sublinhou a importância de as organizações adotarem estratégias flexíveis para maximizar os benefícios da cloud. “Hoje, não é viável para a maioria das empresas ‘casar’ com um único fornecedor. A adoção de múltiplas soluções, seja cloud privada, pública ou multicloud, já não é opcional. É uma obrigatoriedade para quem quer maximizar as possibilidades da cloud nas empresas”, concluiu.

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