No segundo dia do evento da IDC, o painel Digital Leaders focou-se em alguns dos principais aspetos determinantes dos negócios da era digital: “os dados, a tecnologia e as pessoas”
Findou mais um dia de IDC Directions e os dados estiveram em jogo. Ainda pela manhã, o painel Digital Leaders falou de Future of Intelligence, com a presença de Nuno Pedras, Head of IT & Digital na Galp, Pedro António, Executive Board Member do Grupo Ageas Portugal e, do setor público, Rosália Rodrigues, Vogal do Conselho Diretivo do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ). Seja num lago ou num pântano, “dados não nos faltam, o next step é o que fazer com eles”, afirmou Rosália no início da discussão, centrada na capacidade de distinguir o ruído do relevante. Dando o exemplo do setor da justiça, Rodrigues nota que o PRR “vai ajudar muito nesta área”, potenciado a utilização de tecnologias sofisticadas, como a IA e machine learning, para automatizar e agilizar as operações judiciais, apesar de, segundo dados da IDC, menos de 1% dos dados das organizações serem introduzidos à IA. A mesa-redonda concordou que, fruto do admirável novo mundo e das mutações na era digital, o futuro das empresas é marcado por como recolhem, utilizam e tratam os dados, nos diferentes setores. Nuno Pedras, responsável de IT e digital na Galp, introduziu as gargalhadas na sala ao mencionar que “existe uma grande discussão de que os dados são o novo “oil”, uma questão muito interessante na minha indústria”, reforçando que se os dados são de tamanha importância, o intriga a escassez de data offices e estratégias de dados horizontais nas empresas. “Acho que existe um certo histerismo” e se pensa menos no “que se deve fazer”, comenta. Pedras ressalva a importância de pensar em plataformas, na literacia e nas várias dimensões que o uso dos dados levanta, um “processo muito complexo”, em que “a tecnologia é o enabler, não a solução”. Rosália continua dizendo que a tecnologia deve estar presente e auxiliar a tomada de decisões e os processos do negócio, mas “a tecnologia já existe e não precisamos de inventar a roda”. Pedro António, do ramo segurador, acrescenta que “temos de olhar de uma forma holística para este tema” e pensar na governação, no legacy, nas skills e formação e na qualidade dos dados, mais do que na quantidade. Nesse sentido, ser consistente, dinâmico, criativo e delinear prioridades é fundamental para as organizações, que devem pensar em procurar soluções internamente através de estratégias bem definidas. “As organizações ou vão ao mercado e compram as soluções ou elas próprias são os motores da tecnologia”, reitera. Pedras concorda e completa: “devíamos ser os donos dos dados importantes e garantir que estão na nossa própria plataforma”, fazendo dos dados um asset central nas operações. “Não é ser independente de Parceiros e do ecossistema, é ter ownership de partes importantes do negócio”, conclui.
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