A Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca, deixou patente o princípio de funcionamento em coletivo, como uma base para o avanço das estratégias de digitalização e a otimização dos serviços públicos
O digital foi o motor de uma semana de IDC Directions. Chegado o último dia, Maria de Fátima Fonseca, Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, abriu as hostilidades para falar do futuro das organizações públicas. Encarando um papel fundamental de coesão coletiva, “é necessário posicionar a administração pública (AP) num ecossistema a nível nacional e internacional”. O setor deve, conta a Secretária, ter capacidade renovada para atuar, assentando em competências digitais nucleares. A pandemia acelerou o processo de transformação das organizações e a digitalização no setor público “foi muito visível”, através da implementação de modelos de trabalho remotos e do desenvolvimento de novos serviços digitais. “Rever o atual portal de serviços públicos para que os 1.200 serviços da AP possam ser digitais faz parte de um conjunto de transformações que estamos a fazer”, assegura. “Avançamos como um todo para a administração pública estar na linha da frente da inovação”, afirma a Secretária de Estado. “Queremos um melhor posicionamento no DESI” - Índice de Economia e Sociedade Digital – relatório que monitoriza o desempenho digital geral da Europa e acompanha a evolução dos Estados-Membros da UE em relação à competitividade digital, “até porque os resultados atraem mais pessoas e investidores”. Com base em cinco capítulos – conectividade, capital humano, utilização de serviços internet, integração das tecnologias digitais e serviços públicos digitais – Portugal posicionou-se em 19º lugar em 2020. Contudo, deve haver aquilo que a Secretária chama de “visão sistémica”, para coordenar e acompanhar as várias mudanças em simultâneo. Maria de Fátima Fonseca explica que estão a crescer o número de utilizadores de serviços digitais, por exemplo, com uma utilização cada vez maior da Chave Móvel Digital, para autenticação, ou do serviço de assinaturas eletrónicas. “Procurámos discutir e conseguimos aprovar uma estratégia para a modernização e inovação da AP”, assente em quatro eixos: investir nas pessoas; explorar a tecnologia; desenvolver a gestão; reforçar a proximidade. Entre as iniciativas existentes, a Secretária de Estado aponta o Programa Simplex e a recém aprovada Estratégia para a Transformação Digital da AP 21-26, com base nas dimensões Capacitação, Digitalização, Interoperabilidade e Cibersegurança. A Secretária de Estado destacou a plataforma de Interoperabilidade, que se divide em três partes de particular relevância – plataforma de integração, plataforma de mensagens e plataforma de pagamentos. Entre vários aspetos abordados, Maria de Fátima Fonseca acrescenta que “transformar a AP significa criar valor para a sociedade, estimular a economia, beneficiando todos” e conclui: “o futuro vai ser mais digital e seguramente mais colaborativo”. |