À medida que o mundo tem sido assolado pela pandemia COVID-19, a tecnologia tem sido a chave para garantir a continuidade dos negócios
“Direções para o Futuro da sua Organização” é o tema principal da 24.ª edição do IDC Directions 2020, que este ano será realizado num misto de formato digital e presencial. João Mira Santiago, CEO da Bizdirect, fez parte do quadro de mais de cem especialistas participantes e mostrou a sua visão de empresa do futuro. “É em momentos de incerteza como aquele que estamos a viver que nos é dada a oportunidade de explorar e trabalhar as formas como pudemos melhorar os nossos processos. Esse é o nosso maior desafio”, afirma. O CEO da Bizdirect apresenta quatro tópicos que considera fundamentais para estruturar aquela que é a empresa do futuro, onde, transversalmente vê um fator em comum: a aceleração. Tudo aquilo que foi pensado para fazer no futuro de uma forma estruturada, testada e conceptualizada foi agora transformado numa necessidade urgente para a grande maioria das empresas que tem como objetivo a adaptação a esta nova realidade. “A democratização digital, onde existem dois pilares fundamentais: pessoas e processos. A empresa do futuro tem de olhar para as pessoas como um ativo ultravalioso. É essencial que as empresas não definam apenas processos para serem aplicados, mas aplicar processos no seu dia-a-dia e capacitar as suas equipas para os desenvolver”, explica. A nova realidade de trabalho, é outro dos tópicos apresentados por João Mira Santiago que considera que “hoje o desafio é adaptar este novo modelo de trabalho remoto a uma realidade que não sabemos quando vai acabar”. Este modelo implica uma agilidade para ajustar os processos e validar qual o melhor caminho para trabalhar daqui para a frente. A continuidade do negócio tem de estar garantida, os modelos antigos de trabalho têm de ser convertidos em modelos de serviço e a necessidade de uma empresa adaptar a sua cultura interna têm que ser ágil e acelerada. Em resumo, este novo espaço de trabalho tem de ser suportado numa consciência e num processo que tem de ser cada vez mais as-a-Service do que outrora foi. Por outro lado, a experiência do cliente, onde é necessário participar ativamente na jornada do cliente. “A forma como o cliente se comporta atualmente mudou radicalmente e temos de estar presentes naquela que é a gestão da informação, tendo em conta que esta é uma experiência única, cada vez mais desenhada à imagem do cliente”. E ainda, a governação dos novos modelos de negócio suportados na cloud, de forma a garantir a continuidade do negócio. “As empresas têm de estar aptas a escalar o seu negócio para uma nova dimensão, para flexibilizar os modelos e processos que tinham associados para responder à capacitação que o negócio exige no dia-a-dia”. À medida que o mundo tem sido assolado pela pandemia COVID-19, a tecnologia tem sido a chave para garantir a continuidade dos negócios. Segundo Jorge Costa Reis, Associated Partner, IDC Consulting & Partner Zertive, o setor dos media foi provavelmente onde se sentiu um impacto mais disruptivo, devido à democratização no acesso aos conteúdos e pelo surgimento de plataformas 100% digitais que vieram alterar a cadeia de valor dos media. O setor financeiro e a banca são tradicionalmente um setor mais conservador, mas também são um setor onde a inovação que pode ser alcançada a nível de serviços e contacto com os clientes pode ter um maior impacto porque está presente no quotidiano dos consumidores. Francisco Barbeira, Executive Board Member do Banco BPI, afirma que “o digital é by default” e explica que “o digital está na agenda do setor financeiro há muitos anos, em multidimensões e em tudo aquilo que está relacionado com a experiência do cliente, sejam essas experiencias através de um canal mais self-service, como uma app, ou através da experiência de quando um cliente vai a um balcão”. O Executive Board Member do Banco BPI, acredita ainda que esta transformação também se sente em áreas como as do marketing e as de risco, com toda a capacidade que atualmente existe de processar informação, e de backoffice com tudo aquilo que é a digitalização e robotização dos processos. Para Francisco Barbeira, existem algumas marcas digitais importantes neste processo de transformação digital, e acredita que um banco digital, é um banco que elimina a maior parte dos atritos da relação da organização com o cliente, através de interações mais simples e transparentes. “O colaborador passou a ser um colaborador biónico. As relações com as pessoas continuam a ser fundamentais, o digital apenas veio multiplicar as capacidades dos colaboradores”. Outras das marcas digitais desta transformação devem-se ao facto do digital fomentar e obrigar a ecossistemas, e de atualmente, os dados serem um ativo muito valioso, visto que a banca é um dos setores que mais informação tem, por isso trabalhar os dados é importante no sentido de servir os clientes da forma que este querem ser servidos. |