IBM junta líderes nacionais para discutir as tendências e desafios da tecnologia

A IBM apresentou em Portugal o estudo “Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study”, do Institute for Business Value da IBM, num encontro de líderes e gestores nacionais, que se reuniram no Palácio Foz, em Lisboa

IBM junta líderes nacionais para discutir as tendências e desafios da tecnologia

O evento contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que abriu a sessão, salientando: “A economia digital traz pelo menos tantas ameaças como oportunidades. E, não sendo Portugal o país que tem mais empresas líderes mundiais instaladas, que dominam os grandes mercados, há aqui uma oportunidade muito Interessante”.

Para a IBM o evento foi de extrema importância, uma vez que colocou em cima da mesa uma reflexão sobre as tendências, desafios e oportunidades com que os líderes das empresas se estão a deparar.
“Estamos aqui hoje para refletir sobre as grandes tendências, desafios e oportunidades que se colocam a todos nós, líderes de empresas e organizações. Porque o momento que vivemos sendo disruptivo e constantemente dinâmico exige não apenas a transformação dos modelos de negócio e das organizações como a sua transformação contínua, como nunca antes experimentámos”, refere também o Presidente da IBM Portugal, António Raposo de Lima.

Para este estudo foram realizadas 5.200 entrevistas, na sua maioria presenciais, a CEOs, CMOs, CFOs e a outros executivos de C-Level de empresas públicas e privadas, de mais de 70 países, incluindo 37 em Portugal, num total de 21 setores.

Segundo o estudo mesmo, verifica-se que 54 por cento dos executivos assumem que a convergência da indústria, ou seja, uma nova realidade com concorrentes a surgirem de setores diferentes, será o fator que mais afetará o negócio das suas empresas nos próximos três a cinco anos. Este fenómeno, conhecido por "uberização", que representa o aparecimento de novos concorrentes até agora considerados improváveis, tornou-se na principal preocupação dos executivos de C-Level em todo o mundo. Para antecipar e responder a esta tendência, as organizações mais competitivas e com melhor desempenho darão mais prioridade às capacidades cognitivas: mais 24 por cento quando comparadas com as restantes empresas do setor onde operam.

“Na realidade, a disrupção digital que vivemos conduz, por um lado, a uma enorme quebra das barreiras de entrada em praticamente todos os setores e, por outro, a uma alteração das cadeias de valor tradicionais, o que revoluciona por completo indústrias e cria novos e inovadores modelos de negócio, em que as regras do jogo são completamente alteradas”, sublinha António Raposo de Lima.

A utilização da análise preditiva e cognitiva de modo a auxiliar as organizações a preverem com maior clareza acontecimentos futuros, e sucessivamente, ganhar vantagem competitiva, é um dos aspetos salientados pelo estudo.


Invasores digitais invisíveis

Até à data, uma das principais preocupações das organizações era o aparecimento de um novo concorrente que trouxesse para o mercado um produto de melhor qualidade ou mais barato. E, como defesa, procuravam melhorar ou expandir o leque de produtos e serviços que ofereciam, ou chegar ao mercado de uma forma mais eficiente e inovadora.

Atualmente, as organizações deparam-se com uma concorrência que é muitas vezes invisível até que seja tarde demais, que surge na forma de invasores digitais com modelos de negócio totalmente diferentes. Estas empresas, mais pequenas e mais ágeis por não gerirem infraestruturas pesadas, procuram chegar a uma parte importante da cadeia de valor, ignorando as empresas já estabelecidas e assumindo o controlo na relação com o cliente, ofuscando os outros fornecedores.

Para se anteciparem, 48 por cento dos executivos entrevistados admitem, como tal, a necessidade de uma tomada de decisão mais descentralizada, 54 por cento procuram inovação adicional em fontes/parcerias externas e 70 por cento tem planos para expandir a sua rede de parceiros.

Estratégia passa pelo feedback do cliente

Muitos dos gestores entrevistados admitiram abertamente que sentem dificuldade em identificar que desafios se seguem. Ainda assim, quando se trata de explorar novas tendências e tecnologias, só metade dos inquiridos está de facto a ter em conta as opiniões dos clientes.

No estudo de 2015, a maioria dos executivos prevê uma mudança na forma como as suas organizações interagem com os clientes: 81 por cento estão especialmente interessados em criar experiências mais digitais com os consumidores e 66 por cento em torná-las mais individualizadas.

Tecnologia ocupa lugar importante mas apresenta riscos

Pela primeira vez nas três edições do estudo C-Suite da IBM, todos os executivos inquiridos – independentemente do cargo que ocupam –, identificam a tecnologia como a força externa mais importante a afetar a sua empresa.

Acreditam que a cloud, as soluções de mobile, a IoT e as tecnologias cognitivas são as áreas de valor que mais ajudarão a transformar os seus negócios. Quanto aos riscos, há dois anos a segurança de TI ocupava um lugar com pouco destaque. Agora, 68 por cento dos entrevistados aponta a segurança de TI como o risco número um do negócio.

No decorrer da sessão houve ainda lugar a um painel moderado por Ricardo Costa, diretor-geral de informação do Grupo Impresa, e composto por Eduardo Stock da Cunha, Presidente do Novo Banco, Fernando Medina, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Francisco Pedro Balsemão, CEO do Grupo Impresa, Salvador de Mello, Presidente da José de Mello Saúde, Vera Pinto Pereira, Diretora-Geral International Fox Channels Ibéria, e António Raposo de Lima, Presidente da IBM Portugal.

Os executivos convidados foram unânimes em considerar que a tecnologia é fator determinante para inovar, antecipar tendências, responder aos clientes de forma imediata e personalizada e até ser mais eficiente a gerir custos. Permite, em suma, transformar empresas de qualquer dimensão e setor.

“Como em todos os momentos de mudança, algumas empresas irão inovar e liderar de forma disruptiva, e outras irão ficar para trás. O grande desafio é de visão e de liderança, que exige aos líderes e às organizações, que não se transformem apenas, mas que o façam de forma contínua. Isto significa que têm que ter a capacidade de constantemente entender, antecipar e satisfazer as necessidades dos seus clientes, atualizando os canais tradicionais e investindo em novos – os digitais, por exemplo, com capacidades cognitivas”, concluiu António Raposo de Lima.

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