A primeira conferência internacional da Data Science Portuguese Association teve início ontem (06/09), reunindo centenas de participantes académicos, empresariais e da indústria sob o lema “To Empower Data Science for a Better World”
A primeira edição da Insights contou com representantes de um conjunto altamente abrangente de empresas, desde gigantes tecnológicos, como a Microsoft, até empresas fora da indústria que estão a implementar com sucesso estratégias data-driven, como a Jaguar Land Rover e a Renova. O principal fator que diferenciou esta conferência foi a sua abordagem interdisciplinar, focada não só no que pode ser conseguido com a Data Science, analítica e inteligência artificial, mas também no seu papel e influência na sociedade, a sua integração nas organizações, e como tudo isto se está e desenrolar e irá evoluir no futuro. Na apresentação The Ethics of Good Intentions in AI, Courtnie Abercrombie, fundadora da organização AI Truth, realçou a importância de questionar as implicações e consequências das iniciativas de Data Science para lá do imediatamente aparente. “Questionem tudo,” aconselha. Noutras palavras: a partir de certo ponto de sofisticação de uma tecnologia, a questão não é se conseguimos fazer algo, mas sim se o devemos fazer. Joana Gonçalves de Sá, do Instituto Gulbenkien de Ciência, reforçou este ponto na sua intervenção From Online Breadcrumbs to Online Fears: Using Data Science to Understand Behaviour. A investigadora relatou como uma tentativa falhada da Google para prever epidemias de gripe com base em pesquisas online serviu de base para detetar com sucesso padrões de ansiedade numa população – e todas as implicações inerentes a esta capacidade. Gonçalves de Sá conclui que a Data Science e analítica “são só ferramentas, mas podem ser ferramentas extremamente poderosas.” E como qualquer ferramenta - que requer recursos, formação, e reestruturação de processos - a sua inserção adequada numa organização é vital. Na apresentação “Industrialization of Data Science”, Harry Powell, diretor de analítica da Jaguar Land Rover, detalhou os pontos-chave desta transição, assentes essencialmente na integração da Data Science com o ADN, operação e necessidades da organização através da transformação dos seus modelos de negócio e processos. O primeiro dia fechou no tema da relação entre a liderança e a data science, com a apresentação To Empower Data Science for a Better World de Fernando Matos, presidente da DSPA, e com o painel Are Data Scientists the Future CEOs, que contou com os CEO da Ageas, Renova, Microsoft, Axiens Portugal e Activo Bank.
A IT Insight é media partner da Insights 2018. Poderá consultar a reportagem exclusiva do evento na edição de setembro da revista digital.
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