A segunda edição da DSPA insights destacou-se, mais uma vez, pela sua abordagem multidisciplinar à data science, desde o puro IT até às implicações sociais e éticas associadas à sua adoção
Dois dias, 47 oradores e quase 500 participantes: a DSPA Insights 2019, à semelhança da edição anterior, destacou-se pela abordagem transversal à data science, desde as necessidades técnicas do foro do IT, passando pela recolha e processamento de dados, apresentação de soluções, projetos e use cases, até ao debate de questões éticas e sociais associadas à adoção generalizada de tecnologias como a inteligência artificial. Foi, acima de tudo, um encontro focado na resolução de problemas – sejam estes problemas a margem de ineficiência de uma fábrica ou um serviço de saúde disfuncional. Não faltaram exemplos da utilização dos dados à disposição das organizações públicas e privadas para melhorarem, não só a sua eficiência, como também os paradigmas sobre os quais operam: associar padrões de criminalidade e saúde mental, ajudar pessoas a sair do desemprego, facilitar o processo de triagem nos hospitais – ou, simplesmente, para adotar modelos de negócio mais competitivos. No segundo dia, estes temas concretizaram-se em dois painéis que, apesar de divergirem radicalmente em termos do setor abordado, não deixam de convergir no tema da data science ao serviço das pessoas. O painel “The Future of Cities and Data Science”, dedicado à utilização da data science para melhorar o serviço ao cidadão, o funcionamento dos serviços públicos e a qualidade de vida nas cidades, e o painel “Data – The New Gold (That’s Not in The Balance Sheet or Bank Vaults)”, o qual, tendo como tema o setor financeiro e da banca, acaba por ter como foco os serviços e valor trazido ao cliente. Sendo verdade que Portugal ainda está longe de poder ser considerado líder na área de data science, também se vê muito trabalho por parte da indústria e academia nesse sentido, e esta conferência foi prova disso. Quanto aos primeiros 18 meses da DSPA enquanto entidade mediadora no setor, Fernando Matos, Diretor da DSPA, mostra-se satisfeito.“Fomos muito ambiciosos, e enquanto sinceramente gostaria de ter feito ainda mais, penso que foi um começo positivo”, referiu em entrevista com a IT Insight, acrescentando contudo que, apesar da forte adesão da indústria e academia, ainda existe muita “falta de investimento” na data science por parte das empresas.
A IT Insight é Media Partner da DSPA Insights 2019. Leia a reportagem completa na edição de outubro. |