O DES 2017, Digital Business World Congress, começou hoje, dia 23, em Madrid, e decorre até dia 25. A importância de liderar a mudança e os horizontes do digital para várias indústrias estiveram em destaque nas sessões que ocuparam toda a manhã do palco principal
O DES 2017 abriu hoje as portas e foi inaugurado por Anders Indset, norueguês que se auto-intitula de “filósofo de negócios”, num keynote marcado por duas palavras: futuro e mudança. Se o primeiro não conseguimos antecipar - “qualquer futuro será improvisado”, frisou – o segundo provoca alguns receios. Foi com o objetivo de incentivar um mindset recetivo à mudança que Indset trouxe o seu conceito de “Wild Knowledge”, o qual, na sua própria definição, se faz das“grandes ideias que mudam a forma como as empresas e os negócios operam”. Porque “a tecnologia é o que fazemos com ela”, disse. Segundo Indset, liderar a mudança exige, por um lado, inovação - a capacidade de “fazer mais com menos”- e por outro perceção. A este respeito, deixou um aviso: “A perceção exige pensar. Mas hoje em dia reagimos, em vez de pensarmos”. Deixou ainda oito postulados da mudança: questionar porquê; esquecer "o quê"; esquecer “quem” (num apelo à diversidade e à recusa de estereótipos que podem afastar os maiores talentos); aprender a falhar (e criar a partir do falhanço); dizer não e desafiar o status quo; ser resiliente (dando o exemplo de Elon Musk e da Tesla com os carros elétricos), criar e contar uma boa história; e estabelecer empatia, que disse ser “a ferramenta mais importante da liderança”.
Experiência do cliente é força motriz da transformação digitalO palco principal acolheu da parte da manhã um segundo keynote, “Digital horizons – adapting industries to the digital age”, onde os líderes da Iberia Express, da Telefónica, da NH Hotels, e da Siemens, em Espanha, partilharam a forma como as suas organizações estão a adotar o digital. Em comum tiveram um ponto: entregar uma experiência de cliente integrada e à altura de consumidores com elevada literacia digital. Hugo Rovira (NH Hotels), Fernando Candela (Ibria Express), Juan Pedro Moreno (Accenture Digital), Valentín Gonzalez Villas (Telefónica), Rosa García (Siemens) e Lluís Altés, da organização do DES 2017. Rosa María García, chairman da Siemens, reforçou, em concreto, que as empresas têm de ter a capacidade de entregar produtos personalizados, a um ritmo e a um custo que satisfaça os clientes, dando o exemplo da indústria automóvel, que conseguiu pegar na tecnologia para mudar os seus processos produtivos e entregar personalização. Valentín González Villas, general manager da Telefónica Espanha, realçou que a economia digital “é a verdadeira economia” e que esta representa “novas formas de operar os processos”, aportando novas oportunidades. O gestor apontou os quatro enablers tecnológicos do operador de telecomunicações: hiperconetividade, virtualização, big data e segurança. Juan Pedro Moreno, chairman na Accenture Digital, falou dos 10 principais desafios do digital para as organizações, partindo de uma centena de conversas com executivos. Salientou a experiência diferenciadora que é necessário entregar, mas também a capacidade de inovar como uma startup – e de recorrer a parceiros externos para o fazer. À ribalta trouxe também a realidade aumentada e a inteligência artificial (IA), tecnologias não maduras que os executivos “ainda não sabem bem como utilizar”. Sobre a IA, foi perentório: “Será um diferenciador chave para a experiência do cliente e não apenas para os processos”. O DES 2017 decorre até dia 25, no pavilhão 3 da IFEMA, em Madrid e espera 18 mil participantes. O evento, que teve a sua primeira edição em 2016, pretende tornar Madrid na capital mundial da transformação digital. Durante, os três dias mais de 300 empresas terão em exposição as suas soluções tecnológicas. A edição deste ano tem como parceiros tecnológicos globais a Accenture, a amazon Web Services, a Deloitte Digital, a Fujitsu, a IBM, a Intel e a KPMG. A IT Insight é media partner do DES 2017. |