O workshop que juntou a Apgar Consulting e a TIBCO Software abriu portas ao universo dos data marketplaces e numa sala repleta de representantes do tecido empresarial, falou-se no futuro dos dados nas organizações
Sala aberta, vista privilegiada sobre Lisboa e um retorno ao antigo modelo de encontro. A Apgar Consulting aliou-se à TIBCO Software num workshop sobre o recurso mais discutido do momento: os dados. O workshop "The key building blocks of your data marketplace" subiu ao palco e Manuel Gonçalves, Country Lead na TIBCO Software e Pedro Pinho, General Manager Apgar Consulting, Iberia, abriram as hostilidades. A primeira apresentação parte do Executive Chairman da Apgar, Jean-Yves Falque, sob o mote “Data Fabric as the Foundation of your Data Marketplace”, que procurou perceber o ecossistema do workshop, através de um momento de partilha de experiências de maturidade de dados dos presentes, entre os quais representantes da Altice, da Ageas e da Vodafone. “Para saber o que fazer com os dados, é importante espalhar a cultura de dados, sensibilizar os colaboradores, embutir os dados na cultura e valores da organização”, explica Jean-Yves Falque, numa perspetiva de quebrar barreiras, dominando, definindo, captando e monetizando todas as dimensões dos dados. É ampla a discussão acerca de data lakes que se transformam em data swamps, pelo que as organizações devem evoluir de data anarchy para data democracy, criando uma data citizenship. O Chairman da Apgar ressalvou a importância de utilizar os dados para o “bem”, mantendo estratégias no plano da ética e da sustentabilidade. “Nós trabalhamos com dados e vemo-los com grande responsabilidade. Acho importante utilizá-los para o bem”, completa. Pensando num contexto de cidadania, Jean-Yves Falque introduziu o tema dos direitos e deveres como parte integrante do ecossistema de dados, que deve ser, acima de tudo, transparente. No plano dos direitos, deve-se perceber o significado, o contexto e a acessibilidade aos dados. Já entre os deveres, deve haver conformidade com as regulações da organização e a sensibilidade dos dados. É imperativo partilhar constantemente os dados produzidos para que possam ser aproveitados por todas as partes integrantes do negócio. As análises da Gartner dão vantagem competitiva às organizações que promovem iniciativas de partilha de dados. Para tal, as organizações devem estabelecer um data marketplace frutífero em que os dados são partilhados como um key enabler que gera valor e potencia a transformação digital. Jean-Yes Falque indica que é necessário criar confiança entre as pessoas, os processos e a tecnologia, pelo que deve mudar o modelo de governance – “colaboração em vez de controlo e censura”. “É importante que as pessoas percebam o propósito dos dados”, e, para tal, são necessárias diversas ferramentas que facilitem os Data Marketplace. Entre as componentes essenciais das plataformas de dados, refere que primeiro a organização deve verificar os fins de utilização dos dados, o acesso (estabelecido através de um catálogo de dados) e a implementação de uma infraestrutura de gestão bem definida e consistente. Posteriormente deve haver integração dos dados nos processos de negócio da organização, através de data virtualization, ampliando também o plano da gestão de dados e DataOps. Num segundo momento, Pedro Farinha, Managing Partner and Project Director na Apgar Consulting, deu o exemplo de MDM e Data Marketplace como parte da estratégia de reinvenção da medicina numa empresa farmacêutica global. Sobre os princípios de FAIR data – findability, accessibility, interoperability e reusability – o programa procurou criar uma estratégia holística enabler de dados. “O objetivo foi criar no Data Marketplace uma experiência semelhante ao Google ou um marketplace como a Amazon – ir ao local, procurar e obter”, explica, numa plataforma que automaticamente identifica os dados necessários para a tarefa pretendida. Nesse sentido, deve ser persona-driven, conectar e criar confiança. É de notar que o Master Data Management (MDM) e o Data Marketplace trabalham em conjunto. O estabelecimento de um Data Marketplace e a criação de uma fonte única de verdade dos dados através de uma plataforma MDM foram críticos para a empresa criar uma Entreprise Data Platform que materializa a Estratégia de Dados da organização e permite passar de uma mera geração de dados para um output que acrescenta valor ao negócio. Outro exemplo prático surge pelas palavras de Erik Fransen, Partner no Connected Data Group, sobre Data Virtualization Implementation na Volkswagen Pon Financial Services, na Holanda. “Antes era tudo centrado num data warehouse, ETL, demorava algum tempo até os dados estarem disponíveis e era difícil para as pessoas encontrarem os dados – não era centrado na eficiência das operações quotidianas da empresa”, afirma. Mas a democratização dos dados é desenhada pela padronização, que exige a criação de uma data and analytics platform centrada na virtualização. “Se ainda houver uma razão para haver data storage, também o fazemos através da virtualização e temos uma solução para esse propósito, tudo de forma automatizada e rápida”, acrescenta. O acesso é feito em modo self-service BI e interfaces simples que podem ser conectadas com qualquer entidade na camada de virtualização – “virtual data delivery leva a data democracy”, completa. A encerrar, Manuel Gonçalves apresentou a TIBCO Unify News. “O dia a dia do IT é complexo e nós começamos a ver há uns anos como o automatizar”. Criaram um agile data fabric para garantir que qualquer pessoa dentro da organização pode aceder aos dados sempre que quiser e na latência que necessitar – “não existe movimentação de dados e por isso há mais agilidade nas operações diárias”. O Country Lead da TIBCO realça que é preciso trabalhar com as empresas que sabem disto” e “eu gostaria de dizer que vivemos e respiramos dados”.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext, pela Apgar Consulting e pela TIBCO Software |