O segundo encontro do ciclo de conversas Contabilista de Sucesso decorreu com a participação de Carlos Latourrette, CEO da Bizdocs, Jorge Barbosa, vice-presidente da Ordem dos Contabilistas Certificados, e Jorge Santos, CEO da Vipex e Ex-Presidente do Nerlei
Numa parceria com a Bizdocs, a IT Insight promoveu ontem o segundo encontro do ciclo de conversas Contabilista de Sucesso - Histórias de Vida, Visões de Futuro. A iniciativa surge com o objetivo de identificar e debater sobre os atuais desafios com que os contabilistas certificados se deparam no âmbito da digitalização da economia e das atividades empresariais e de suporte à atividade do setor. O webinar arrancou com um momento de partilha de histórias, percursos profissionais e experiências, conduzido por Carlos Latourrette, CEO da Bizdocs. Os participantes Jorge Barbosa, vice-presidente da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Jorge Santos, CEO da Vipex e Ex-Presidente do Nerlei, partilharam com a plateia virtual alguns dos passos das suas vidas profissionais e pessoais e perspetivas para o futuro de um contabilista de sucesso.
“A profissão já sofreu muitas alterações e passou a ser exercida de forma diferente ao longo da sua existência. Os contabilistas têm uma grande capacidade de adaptação às transformações”, nota Jorge Barbosa. Segundo o vice-presidente da OCC, o que, de momento, mais marca a profissão é a “transformação digital. Neste momento, a profissão dá largos passos na digitalização, que tem representado a maior mudança na forma como a profissão é desempenhada”, acrescenta. “A automatização dos processos levará a que os contabilista passem a ter uma maior dedicação no apoio à gestão das empresas”. Na visão de Jorge Barbosa, “a intervenção do contabilista de processar uma série de documentos são processos que não são a função do contabilista; não é pegar num dossier e passar para um sistema informático. A introdução de dados no sistema vai ser cada vez mais automatizada e feita sem dependência da intervenção do ser humano”, reitera. O contabilista nota, ainda, algumas grandes evoluções na classe profissional. Atualmente, “através do decreto-lei 28/2019 é possível destruir os documentos e ficar com o documento num arquivo digital, que tem de cumprir determinadas regras. Outra grande evolução foi a criação do QR Code”, reflete, entre outras transformações. “A imagem do passado do contabilista não é igual à de hoje. Hoje, o contabilista é uma profissão bastante reconhecida pela sociedade e pelo poder político. O contabilista do futuro será, sem dúvida alguma, um Parceiro muito importante próximo das empresas. Com toda esta digitalização, o contabilista que não vai perder tempo com tarefas que não trazem valor acrescentado e vai passar a perder tempo com a análise dos registos”, acredita Jorge Barbosa. Desta forma, o contabilista do futuro vai “apoiar as decisões das empresas”. Num mercado cada vez mais competitivo, “as empresas de sucesso serão as que estarão bem asseguradas por contabilistas e que têm a possibilidade de se ajustarem nos momentos certos”, conclui. Carlos Latourrette comenta que “as oportunidades existem e nós estamos a ver que há um conjunto de instrumentos para as empresas usarem. Em alguns contextos, ainda não estão massificadas, mas há grandes passos a serem dados e o futuro é termos exemplos mais orientados à informação”. Para Jorge Santos, os contabilistas são “condutores dos grandes empreendedores, de pessoas que se aventuraram a fazer negócio, mas que têm, alguns deles, algumas deficiências na parte de avaliar as empresas e ler os documentos”. Assim, os registos contabilísticos são “sérios indicadores para o próprio empresário sobre como está a correr no negócio”, permitindo irem detetando “a saúde da empresa”. O CEO da Vipex nota que tem – ou deveria – haver o “mínimo de literacia para se ser empresário. Nós temos no nosso tecido empresarial um grande desequilíbrio financeiro e aqui os contabilistas serão uma ajuda, até na forma como a empresa se apresenta ao banco”. Jorge Santos nota a importância do papel dos contabilistas na passagem da informação às instituições bancarias. Neste aspeto, em vez de fornecer um relatório, os contabilistas poderão fornecer “informação mais trabalhada que pode beneficiar a própria gestão das empresas”. |