A tecnologia, responsável pela criação de citizen developers, permite satisfazer as necessidades das organizações do ponto de vista de produtividade, com ganhos na celeridade e padronização no desenvolvimento de soluções
No segundo dia do Building the Future 2023, o painel com o tema “unleashing the power of low-code: balancing governance, security, privacy and agility in the citizens developers era” subiu a palco, juntando Cláudio Pimentel, CIO da Cofidis Portugal, e David da Silva Rosa, Senior Manager na Timestamp, sob a batuta de Henrique Carreiro, Diretor da IT Insight. De acordo com o CIO da Cofidis, há já vários anos que se ouve falar de low-code e, na Cofidis, essa experiência começou em 2004. “Na altura, a nossa preocupação era como conseguíamos dotar o IT com mais uma ferramenta para poder produzir e resolver os desafios que o negócio trazia, de forma mais célere e padronizada”, explica. Atualmente, tanto a tecnologia como a sua usabilidade evoluíram, conta o responsável, e o espaço que ocupam é de democratização do acesso à tecnologia, “sobretudo num era em que existe uma maior literacia tecnológica dentro das organizações”. Mais, permite “ajudar o IT e outras áreas não IT nativas a poderem satisfazer algumas necessidade do ponto de vista de produtividade, captura de dados, criação de workflows”, completa. Na visão de David da Silva Rosa, o low-code permite responder com agilidade. “Para satisfazer os requisitos do negócio de forma mais expedita, o low-code é uma solução mais viável”, afirma. Aqui, não só a agilidade é fundamental, mas também a “questão de potenciar a produtividade das pessoas, de pegar nos skills que têm in-house e trazer esse negócio rapidamente para a implementação de soluções. Depois, acho que tem tudo a ver com retorno de investimento”, que, por norma, numa aplicação low-code se dá rapidamente. Low-code, para quem?“Vejo um potencial em qualquer área da organização”, reflete Cláudio Pimentel, que considera que “não existe uma área em concreto que beneficie mais das plataformas low-code”. David da Silva Rosa discorda, e considera que “as áreas mais propensas são as operacionais, em que existem problemas para resolver para amanhã”, porque, “muitas vezes, as empresas não conseguem esperar para ter uma equipa de development tradicional pronta quando existe a necessidade”. Contudo, o Senior Manager da Timestamp ressalva que, “muitas das customizações desenvolvidas em low-code necessitam dos developers tradicionais”, resultando nas “fusion teams, que é o conjunto das duas mais-valias. Atualmente, torna-se muito mais produtivo trabalhar em conjunto”. O CIO da Cofidis continua: “no dia a dia, quer os representantes do negócio, quer o IT devem estar a trabalhar em conjunto no sentido de produzir as melhores soluções, favorecendo todo o ciclo de vida”. O representante da Timestamp completa: “no passado, parece que eram quase concorrentes, havia um certo estigma, e, hoje em dia, torna-se muito mais produtivo trabalhar em conjunto”. Low-code, com que desafios?“O grande desafio para o IT é na definição de guidelines e governance e partilhar isso com todas as equipas de maneira que as melhores práticas sejam seguidas”, afirma Cláudio Pimentel, uma vez que as equipas estão distribuídas, “com as suas próprias culturas e objetivos do ponto de vista de ambição de evolução dos produtos”. Remata: “o low-code é espetacular e o no-code ainda mais, mas por vezes tem de ser o velho IT ainda a ir lá”. David da Silva Rosa continua: “muita vezes, com o desenvolvimento tradicional, as empresas não documentam o que fazem e o IT sofre. A padronização aí é muito complicada, mas com uma plataforma low-code temos essa parte garantida”. O responsável da Timestamp concorda com o CIO da Cofidis: “temos de definir uma política de governance, ter um centro de comando e o IT tem de estar no centro”. Contudo, “temos de ter uma estratégia e acabar, no final do processo, na educação dos citizen developers, para estarem alinhados com a estratégia da organização”. Low-code, com inteligência?Com o tema do ChatGPT a dar que falar, o CIO da Cofidis comenta que “ainda há uma parte importantíssima, que é o pensamento crítico”, que não está ao alcance de ferramentas de Inteligência Artificial (IA), e que “é importante quando estamos a construir algo em conjunto”. “A nossa capacidade de criar não tem limites e o próprio ChatGPT é uma prova disso”, pelo que “há um grande potencial de escalabilidade e de novas formas de trabalhar”. O Senior Manager da Timestamp reitera que “a IA não é o futuro, é o presente”, estando já “embutida nestas soluções. É mais uma forma de as capitalizar e democratizar a IA no development citizen-based”, conclui. |