“As ameaças evoluíram de forma mais rápida do que a nossa cultura”

Thierry Karsenti, Vice-Presidente da Check Point EMEA Engineering, partilhou durante o CPX Portugal 2019 as ameaças de segurança que o mundo está a enfrentar e os principais problemas da indústria

“As ameaças evoluíram de forma mais rápida do que a nossa cultura”

A Check Point reuniu os seus parceiros e clientes no evento CPX Portugal 2019 para falar de cibersegurança, não só do estado atual, mas também do que está para vir.

Thierry Karsenti, vice-presidente da Check Point EMEA Engineering, começou por partilhar uma mensagem positiva: “estamos todos a fazer um bom trabalho”. Porquê? “Os hackers estão a ter cada vez mais trabalho” para conseguir atingir os seus objetivos. Em termos de comparação, a Check Point conseguiu bloquear mais de cem milhões de ataques desconhecidos durante 2018.

Mas só isso não chega, até porque a indústria enfrenta cada vez mais desafios. Durante 2018, foi gasto mais dinheiro na proteção das organizações, mas os resultados foram piores. No total, explica Karsenti, 46% de todas as empresas foram afetadas e 36% de todos os consumidores mundiais perderam algum tipo de dados em vários data breaches que foram acontecendo.

Se uma empresa aceitar a deteção, então estão um passo atrás. O vice-presidente explicou que a deteção não é habitualmente imediata e pode demorar horas ou mesmo semanas para detetar uma ameaça. Como tal, na altura em que uma organização detetar uma ameaça, toda a empresa pode estar infetada.

O executivo referiu, também, que “as ameaças evoluíram de forma mais rápida do que a nossa cultura”. Karsenti explica que as empresas não estão protegidas para o atual nível de ameaças (a geração cinco). A larga maioria das organizações só estão protegidas para ataques de geração dois ou, em alguns casos, para a terceira geração. Há ainda um gap entre as verdadeiras ameaças que o mundo e a indústria enfrentam e a proteção real implementada pelas empresas.

Mas há, também, um outro problema: a grande dimensão das ameaças atuais. Em 2007, por exemplo, podiam-se encontrar menos de 50 tipos de ameaças; em 2018, esse número é superior a um milhão. Há pouco mais de dez anos, uma empresa recebia, em média, um total de mil alertas por dia; agora, a média é superior a um milhão.

Também a própria indústria tem a sua quota parte de responsabilidade na proteção dos sistemas. Segundo os dados mais recentes, há mais de 2.600 empresas ou serviços de proteção, mas estas soluções não cooperam entre si, não partilham inteligência ou sequer a mesma arquitetura, o que prejudica as empresas que tentam proteger da melhor maneira os seus sistemas.

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