25º Congresso das Comunicações: empresas estão a digitalizar-se, mas Portugal ainda está abaixo da média europeia

No segundo e último dia do 25º Congresso das Comunicações - Business Trends, organizado pela APDC, a “Inovação Tecnológica” esteve em destaque, tanto do ponto de vista da evolução das infraestruturas de rede, a nível empresarial, como da necessidade de adicionar valor aos dados

25º Congresso das Comunicações: empresas estão a digitalizar-se, mas Portugal ainda está abaixo da média europeia

No painel dedicado a debater a criação de valor a partir dos dados, a Siemens partilhou as conclusões do estudo “The Digital Enterprise Reality: Europe and Portugal”, que contou com a participação de 29 países, revelando que Portugal se encontra abaixo da média europeia, em 15º lugar, no que diz respeito à maturidade digital. O país ocupa o 7º lugar no que toca a Enterprise Technologies utilizadas para melhorar os serviços, embora esteja em 18º na adoção de tecnologias digitais, que são a chave para a transformação das empresas.

Portugal ficou em 25º lugar na utilização de e-services, que, para já, são ainda utilizados apenas pelo governo (e-government). Ao nível das empresas, ainda não se verifica este investimento.

O debate contou com a presença do CEO da Siemens, Carlos Melo Ribeiro, que apresentou o estudo, acompanhado de Rui Assoeira Raposo, administrador do Grupo José de Mello Saúde, Carlos Lacerda, diretor-geral da SAP Portugal, Fernando Braz, executive director da SAS Portugal, Filipe Ribeiro, responsável pelas soluções de Big Data da HP Portugal e Paula Banarra, diretora de marketing e operações da Microsoft.

O painel apontou que a transformação digital das empresas trará consigo a personalização da experiência do cliente, o que levará as organizações a criar mais valor. A opinião dos oradores foi transversal no que toca à necessidade de criar uma nova cultura das organizações e apostar na formação humana, nomeadamente ao nível de especialistas de tratamento e análise de dados. Estas medidas são fundamentais para o despoletar dos benefícios do tratamento e análise dos dados no que toca à criação de valor.

Os oradores afirmaram que a digitalização é uma realidade e que há uma base para começar, mas que a transformação digital ainda não é o ponto central das empresas, sendo, portanto, necessários novos modelos de negócio baseados em serviços.

 

Redes devem suportar o negócio e não apenas o IT

Na sessão dedicada às infraestruturas do futuro, também se falou do valor que é necessário extrair e que deverá ser suportado por uma flexibilidade das redes, que devem tornar-se programáveis, segundo Guive Chafai, head of customer marketing da Alcatel-Lucent Portugalda Alcatel-Lucent, que apontou que as redes nas empresas continuam a ser geridas de uma forma estática.

Maria João Carioca, da CGD, e de Tiago Azevedo, da REN, também presentes neste painel, na qualidade de clientes, concordaram com esta necessidade, que dizem sentir nas suas empresas.

Rui Brás Fernandes, Systems Engineer Manager & CTO da Cisco, apontou que “as empresas estão a digitalizar-se” e que as redes atuais só respondem às necessidades do IT. “As que temos de construir no futuro devem responder às necessidades do negócio”. Pedro Martins, head of service sales, da Nokia Networks, salientou que só o 5G permitirá entregar aos sensores a conectividade necessária e que, no futuro, a rede será “segmentada e à medida das necessidades dos clientes”, o que criará novos modelos de negócio e de suporte à indústria 4.0, ou a 4ª revolução industrial.

Pedro Ferreira, country director da Huawei Portugal, apontou que o 5G será “essencial” para a IoT, antecipando uma Internet of Services e indicando que é necessário aproveitar a “infraestrutura de excelência” que existe em Portugal, convocando a indústria a dar uma resposta. Sobre as redes do futuro, destacouv a importância para o conceito ROADS: real time, on-demand, all-online, DIY (do it yourself),  e social.

Xavier Rodriguez-Martín, presidente executivo da DSTelecom, revelou que em 2020 o objetivo é fazer chegar a banda larga a todas as casas do país, e que a infraestrutura básica deve chegar ao interior, uma vez que, apesar de Portugal ser um exemplo de desenvolvimento de rede, ainda conta com cenários de exclusão que impedem a abertura das empresas ao digital.

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