Vestager e Dombrovski explicaram que o TTC será uma plataforma essencial para crescer o comércio e o digital europeu, com os EUA a dar mais influência e a definir padrões
Os reguladores do comércio e digital da UE, Valdis Dombrovski e Margrethe Vestager, anunciaram que o Trade and Technology Council (TTC), plataforma que liga a UE aos EUA, vai dar mais influência à Europa, definindo padrões e regras para o século XXI. Os comentários surgem num momento de elevadas tensões e preocupações globais com o crescente poder da China em áreas que vão do comércio à defesa, tecnologia e direitos humanos, avança a Reuters. "Há uma verdadeira importância estratégica e geopolítica para esta nova plataforma como forma de estabelecer padrões e regras para o século XXI. Por isso, precisamos deste Conselho para ampliar o nosso estatuto", reitera Dombrovskis aos jornalistas. Contudo, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia garantiu que a plataforma não é dirigida a nenhum país em particular: “o TTC não tem a ver com nenhum país terceiro específico, trata-se de cooperação e coordenação em várias áreas políticas entre os Estados Unidos e a UE", disse. Segundo Vestager, os dez grupos de trabalho do TTC vão unir esforços centrados em áreas-chave para a UE. "O que conseguimos foi um pacote que abrange, penso eu, interesses ofensivos e defensivos", anunciou aos jornalistas, como as normas tecnológicas, a tecnologia verde, a segurança da cadeia de valor, a governação dos dados, os controlos das exportações, rastreio de investimentos e questões comerciais globais, entre outros temas. A primeira reunião do TTC acontece na quarta-feira em Pittsburgh, onde se juntam a Vestager e Dombrovski o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a Secretária do Comércio, Gina Raimondo e a Representante do Comércio, Katherine Tai. Já a segunda reunião deverá ser realizada na próxima primavera deste lado do Atlântico, na Bélgica. Dombrovskis explicou ainda que a fúria francesa na decisão da Austrália de anular um acordo de 40 mil milhões de dólares com um submarino com os EUA e a Grã-Bretanha não deve desviar a UE dos seus interesses a longo prazo. "Somos aliados, parceiros e amigos – e sim amigos podem facilmente cometer erros de vez em quando e temos visto isso nas últimas semanas, mas sabíamos que esta questão não devia ensombrar o nosso julgamento sobre as nossas alianças estratégicas", conclui. |