A Gartner revelou as tendências que considera estratégicas para a maioria das organizações no próximo ano, ou seja, aquelas que têm maior potencial disruptivo.
Estas tecnologias são a base da “malha digital inteligente”, segundo a Gartner. “As primeiras três abraçam a ‘inteligência em toda a parte’, o modo como as tecnologias de data science estão a evoluir e a incluir machine learning avançado e inteligência artificial, permitindo a criação de sistemas de inteligência física e software-based, programados para aprender e adaptarem-se”, explica David Cearly, vice-president e Gartner Fellow. “As três seguintes centram-se no mundo digital e em como as dimensões físicas e digitais se estão a mesclar. As últimas quatro tendências centram-se na interligação de plataformas e serviços necessários para entregar uma malha digital inteligente”. Inteligência Artificial e Machine LearningA inteligência artificial (IA) e o machine learning são compostos por diversas tecnologias e técnicas. As mais avançadas estão para lá dos algoritmos tradicionais, para criarem sistemas capazes de compreender, aprender, prever, adaptar e potencialmente operar de forma autónoma. É o que faz com que as máquinas pareçam “inteligentes”. “A inteligência artificial aplicada e o machine learning avançado darão origem a um espectro de implementações inteligentes, incluindo dispositivos físicos (robôs, veículos autónomos, eletrónica de consumo) assim como apps e serviços (assistentes pessoais virtuais, smart advisors)”, comenta David Cearley. “Estas implementações serão entregues como uma nova classe de apps e ‘coisas’ obviamente inteligentes, da mesma forma que oferecerão inteligência embutida para uma vasta gama de dispositivos e software, assim como soluções e serviços”. Apps “Inteligentes”Algumas apps inteligentes conseguem realizar tarefas humanas, como é o caso das assistentes pessoais virtuais, que conseguem não só executar as tarefas de um humano como torná-las mais simples (ao destacar os conteúdos e as interações mais importantes, por exemplo). Outras apps inteligentes, como as assistentes de cliente virtuais, estão mais dedicadas para tarefas como vendas ou serviço de apoio ao cliente. Para a Gartner, estas apps têm o potencial de transformar a natureza do trabalho. “Durante os próximos anos, virtualmente todas as aplicações e serviços irão incorporar algum tipo de inteligência artificial”, reforça David Cearley. “Isto dará lugar a uma tendência a longo prazo que evoluirá continuamente e deverá expandir a aplicação da inteligência artificial e do machine learning para apps e serviços”. “Coisas” inteligentesQuando a Gartner se refere a “coisas inteligentes” está a referir-se a elementos físicos que vão além da execução de modelos de programação rígida, para explorarem a inteligência artificial aplicada e o machine learning, de modo a interagirem de forma mais natural com todo o ambiente circundante e com pessoas. À medida que estas “coisas inteligentes”, tais como drones, veículos autónomos e appliances, se espalham, a consultora prevê que, em vez destes dispositivos trabalharem individualmente, comecem a trabalhar em conjunto, num modelo colaborativo. Realidade virtual e realidade aumentada“A paisagem dos conteúdos e aplicações imersivos, de consumo e profissionais, irá evoluir dramaticamente até 2021”, afirma Cearley. “As capacidades da VR e da AR irão emergir com a rede digital de modo a formar uma malha de dispositivos mais seamless, capaz de orquestrar um conjunto de informação que é entregue ao utilizador sob a forma de apps e serviços hiperpersonalizados e relevantes. A integração através de ambientes multi mobile, de wearables, de IoT e de sensores irá ampliar as aplicações imersivas destas tecnologias além das experiências singulares e isoladas. Os espaços tornar-se-ão mais ativos e a sua conetividade com esta rede aparecerá e trabalhará juntamente com mundos imersos e virtuais”. Digital TwinO digital twin é um modelo dinâmico de software de algo físico ou de um sistema, que se baseia em dados de sensores para conseguir compreender o seu estado, responder a mudanças, melhorar operações e acrescentar valor. Estes modelos incluem uma combinação de meta dados, condição, estado (por exemplo, temperatura e localização) e analítica. A Gartner prevê que dentro de três a cinco anos centenas de milhões de objetos sejam representados por digital twins. As organizações irão utilizá-los para, proativamente, repararem e planearem desde serviços de equipamento a processos de fabrico, como forma de aumentar a eficiência operacional. Sistemas conversacionaisO foco atual sobre as interfaces com a capacidade de “conversar” está direcionado para dispositivos com microfone (smartphones, tablets, PCs). No entanto, a malha digital, como refere a Gartner, aporta um vasto conjunto de endpoints usados pelos utilizadores para acederem a aplicações e informação. Estes sistemas irão evoluir dos desktops tradicionais e dispositivos móveis para um conjunto completo de endpoints com os quais as pessoas poderão interagir. Malha de aplicações e arquitetura de serviçosNo mundo das aplicações e arquitetura de serviços, as aplicações móveis, web, de desktop e de IoT conetam-se a um conjunto de serviços back-end para criar o que os utilizadores entendem como “uma aplicação”. A arquitetura engloba serviços e expõe as APIs a múltiplos níveis e em todas as fronteiras da organização, equilibrando a procura por agilidade e escalabilidade de serviços com composição e reutilização dos mesmos. Esta combinação permite que os utilizadores tenham uma solução otimizada para endpoints específicos da malha digital e uma experiência contínua em diversos canais. Plataformas tecnológicas digitaisAs plataformas tecnológicas digitais oferecem as bases para um negócio digital. Para conseguirem tornar-se digitais, os negócios devem estar focados em cinco estratégias: sistemas de informação, experiência do cliente, analítica e inteligência, IoT e ecossistemas de negócio. Arquitetura adaptativa de segurançaA malha da inteligência digital e as plataformas tecnológicas associadas criam uma rede ainda mais complexa de segurança. “A monitorização do comportamento dos utilizadores e das entidades é uma adição crítica, em particular em cenários de IoT”, refere David Cearley. “Contudo, o auge da IoT é uma nova fronteira para muitos profissionais de segurança de IT, que têm a necessidade de estar a par de novas áreas vulneráveis e que necessitam novas ferramentas e processos de reparação que devem ser tidos em conta nas plataformas de IoT”.
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