Em causa estão os planos dos CFO para alcançar um estado de financiamento autónomo nos próximos três a seis anos
Os CFO têm planos ambiciosos para alcançar um estado de financiamento autónomo nos próximos três a seis anos, o que vai exigir uma remodelação significativa das estruturas das equipas financeiras, em mais de 40% das funções, conta a Gartner. “A maioria dos líderes financeiros, incluindo muitos CFO, estão mal equipados para identificar e abordar as competências digitais em rápida evolução necessárias nas finanças”, afirma Shannon Cole, analista sénior na prática de Finance da Gartner. “A experiência em temas financeiros tradicionais, embora valiosos, não prepara os líderes para formar pessoal para executar capacidades, tais como a implementação de bots, machine learning e algoritmos de IA”, acrescenta. O financiamento autónomo é um modelo operacional-alvo que os CFO procuram para fornecer capacidades financeiras através de processos e atividades que são parcialmente governados, e a maioria operada por agentes de software de autoaprendizagem que otimizam as operações de front, middle e back-office, explica a Gartner. “À medida que mais recursos financeiros são direcionados para a transformação digital, torna-se evidente a necessidade de conhecimentos profundos do processo e de gabinetes de gestão de projetos para fornecer governação e coordenar essas iniciativas”, continua a investigadora. Assim, a procura de competências digitais está a pressionar a oferta limitada, o que significa que os CFO vão demorar a recrutar e aumentar rapidamente as expectativas salariais. “As prioridades dos CFO para 2023 mostram-nos que a transformação da sua função continua muito no topo da agenda”, explica, e, “até 2025, 80% do crescimento do novo número de funcionários nas finanças será em novas subfunções em vez da contabilidade tradicional e da FP&A, exigindo novas funções e estruturas”. O financiamento do IT, por exemplo, já é uma das maiores áreas de crescimento da função. Os especialistas da Gartner esperam que estas funções cresçam cinco vezes até 2025 para abordar o impacto da arquitetura empresarial composable na compliance com os relatórios financeiros, data mining and management, e na coordenação de apoio à decisão. Simultaneamente, a automatização deverá remodelar funções de processamento de transações, tais como procure to pay (P2P) and order to cash (O2C). A força de trabalho nestes processos deverá ser substituída por pequenas equipas de especialistas focados na excelência do processo, na governação de dados e na gestão de aplicações. “Os CFO que efetivamente lideram e navegam na transformação irão adicionar papéis à sua equipa de liderança para abordar a análise e apoio à decisão, financiar o IT e a propriedade global do processo. Os CEO vão dar estas responsabilidades a quem melhor liderar a mudança, e os CFO terão de competir com COO, CIO e CDAO para manter essas responsabilidades”, conclui a analista da Gartner. |