Quase metade dos portugueses utiliza IA pelo menos uma vez por mês

Estudo indica que 43% dos portugueses utilizam ferramentas como inteligência artificial pelo menos uma vez por mês e um terço dos portugueses acredita que a IA terá um impacto significativo ou fundamental na sua vida

Quase metade dos portugueses utiliza IA pelo menos uma vez por mês

Quatro em cada dez portugueses (43%) utilizam Inteligência Artificial (IA) pelo menos uma vez por mês, sendo que 23% recorre a essa tecnologia semanalmente, segundo o estudo “Consumer Sentiment Survey 2023”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG). A proporção de pessoas que utilizam IA pelo menos uma vez por mês aumenta para 67% em adultos entre os 18 e os 24 anos e decresce para 26% em adultos com mais de 64 anos. Ainda 19% de todos os inquiridos admitiu já ter experimentado, mas não usufruir, e 38% revelou nunca ter usado estas ferramentas.

Os portugueses usam IA sobretudo para obterem informações (54%), desde factos e dados até explicações e conceitos. Segue-se o auxílio na realização de tarefas, como fornecer instruções, conselhos técnicos ou oferecer sugestões e dicas em diversas áreas (52%); o aprimoramento da escrita no desenvolvimento de textos, correções gramaticais e traduções (48%); e a criação de conteúdo como design, música e vídeo, incluindo a composição, criação de imagens, layouts, anúncios e filmes (28%).

O inquérito revela também que um terço dos portugueses (33%) acredita que a IA terá um impacto significativo ou fundamental na sua vida, com outros 29% a ter a expectativa de um impacto moderado, 15% de um impacto mínimo e 6% nenhum impacto. Além disso, 17% dos inquiridos responderam que não conhecem a tecnologia ou não sabem estimar a sua repercussão.

Os sentimentos em relação à IA generativa dividem-se, com quase metade (47%) dos portugueses a sentir interesse ou entusiasmo face aos 38% que se mostram cautelosos ou preocupados. Além destes, 14% assume uma posição de neutralidade.

Quando questionados sobre a probabilidade de os seus trabalhos desaparecem devido à inteligência artificial nos próximos dez anos, a maioria dos inquiridos (59%) considera que o desenvolvimento e adoção de IA vai trazer alguma redução de carga horária, sendo que um terço (33%) perspetiva que a redução será inferior a 50% da carga atual, e 19% acredita que será superior. Em oposição, quatro em dez portugueses (41%) não creem existir esse risco e apenas 7% acredita que o seu trabalho irá desaparecer com a tecnologia.

Mais de metade (58%) dos trabalhadores de Banca e Seguros estão preocupados que a IA possa reduzir em mais de metade o seu volume laboral ou com a extinção das suas funções, seguidos dos trabalhadores de serviços de call center (40%), Tecnologias de Informação (39%), Marketing e Publicidade (38%), Finanças e Contabilidade (34%), e na área de Comercial e Vendas (32%).

Apesar da utilização regular, a maioria (68%) dos portugueses reconhece a necessidade de receber mais formação para poder incorporar IA no seu trabalho e só apenas 13% recebeu efetivamente alguma formação com este efeito.

Outro estudo recente da BCG denominado “How People Can Create—and Destroy—Value with Generative AI” demonstra o potencial desta tecnologia e como pode ajudar ou prejudicar os trabalhadores em várias tarefas. Nove em dez pessoas a nível mundial beneficiaram da utilização da IA generativa na inovação criativa de produtos, convergindo para um nível de desempenho 40% superior ao dos que trabalharam na mesma tarefa sem essa ferramenta. Contudo, quando os participantes utilizaram a tecnologia para a resolução de problemas empresariais, o seu desempenho foi 23% pior do que o dos que realizaram a tarefa sem auxílio. Mesmo quem foi avisado sobre a possibilidade de respostas erradas da ferramenta não questionou o seu resultado.

Os líderes devem ajudar os trabalhadores a utilizar esta tecnologia da forma correta, para as tarefas certas e de forma a se ajustarem e adaptarem continuamente à sua evolução. O sucesso na era da IA dependerá em grande medida da capacidade de uma organização aprender e mudar mais rapidamente do que nunca”, explica Tiago Kullberg, Managing Director & Partner da BCG.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 52 Novembro 2024

IT INSIGHT Nº 52 Novembro 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.