O World Quality Report 2021 indica que a agilidade é fundamental nas organizações e que a Quality Assurance passa a integrar o desenvolvimento de software
Uma nova edição do World Quality Report 2021-2022 da Capgemini, da Sogeti e da Micro Focus revela que está a ocorrer uma mudança significativa na abordagem à Quality Assurance (QA), considerada cada vez mais importante pelas empresas. “O que a edição deste ano do World Quality Rept revela é que existe uma mudança clara na perceção e na importância crescente atribuída à Quality Assurance como um todo”, afirma Mark Buenen, Global Leader, Digital Assurance and Quality Engineering do Grupo Capgemini. O estudo revela que tanto na QA como no testing tem havido uma evolução significativa, desenvolvimentos que evidenciam uma mudança de perceção que abrange todas as áreas, incluindo a inteligência artificial (IA), o agile, os serviços DevOps e, sobretudo, a Intelligent Industry que está em expansão. “A pandemia reforçou o quão importante é a agilidade para as empresas de todos os setores de atividade. Por outro lado, à medida que as TI estão a ser modernizadas e os ambientes se estão a mover para a cloud para se tornarem mais ágeis, as empresas estão cada vez mais conscientes da relevância e do valor da Quality Assurance. Como resultado, estamos a assistir a um aumento do investimento nesta área, particularmente nas tecnologias que permitirão desenvolver a Inteligente Industry”, acrescenta Buenen. A pesquisa, que inquiriu 1.750 CIO e outros profissionais seniores da área das IT em dez setores de atividade de 32 países, conclui que as previsões confirmam-se com os principais aspetos de estratégia de IT, como a melhoria da experiência do cliente (63%), o reforço da segurança (62%), a capacidade de resposta às exigências das empresas (61%) e as soluções de software de elevada qualidade (61%) a serem equacionadas de forma semelhante. O World Quality Report constata que há um desejo crescente por parte das empresas para recorrerem à utilização das técnicas de IA e de ML nos seus programas de Quality Assurance. Quase metade dos inquiridos - 48% - revelaram que possuem um repositório de dados pronto a ser usado na execução dos testes exigidos pela IA e pelas plataformas de machine learning. 42% afirmaram que os seus líderes empresariais confiam nas informações fornecidas pelas plataformas e 46% que as suas empresas estão prontas para agir a partir dessas informações. O nível de confiança no papel que a IA desempenha na QA das empresas é elevado, com planos robustos e o desenvolvimento de competências e conjuntos de ferramentas para que as técnicas de IA e de ML sejam aproveitadas nos programas de QA. De acordo com o estudo, verifica-se que há uma necessidade crescente de competências no que diz respeito à estratégia e à conceção de testes para a IA. As empresas estão a começar a compreender a complexidade da IA, os desafios que é preciso enfrentar para tirar partido dela, e as dificuldades em testar a própria IA. A adoção do agile e de DevOps na QA e no testing continua a ser uma tendência, e as empresas já estão a colher os frutos, beneficiando de melhorias evidentes e mensuráveis na produtividade, na qualidade do software e nos custos. Adicionalmente, há um realinhamento significativo dos fatores considerados como os mais importantes por parte dos profissionais inquiridos no que diz respeito à adoção bem-sucedida dos serviços DevOps – 52% dos inquiridos concordaram que as prioridades de negócio da sua empresa são o fator mais importante. Por outro lado, o stack tecnológico perdeu a sua importância: apenas 49% dos inquiridos o colocam no topo das prioridades este ano, contra 65% em 2020. Mas a falta de experiência profissional das equipas de agile continua a constituir um desafio. À medida que as fronteiras entre o desenvolvimento de software e as equipas de testing se esbatem, as empresas precisam de se focar na colaboração e no desenvolvimento das competências de todos os seus colaboradores responsáveis pela qualidade. As equipas de Quality Assurance tornar-se-ão em breve uma fonte de rápido crescimento no seio da Inteligente Industry, pelo que existem mais-valias significativas a colher da alocação de tempo, de energia e de orçamentos investidos nesta área. O estudo sublinha que as empresas estão interessadas em alcançar a transformação digital, e que os principais aceleradores da Inteligente Industry incluem a melhoria da eficiência (47%), o aumento da qualidade (46%), mais agilidade e flexibilidade (44%) e a melhoria da experiência do cliente (43%). Para alcançar esta meta, os primeiros passos que as empresas devem dar envolvem o apoio das suas administrações e a demonstração da viabilidade do conceito. 42% dos inquiridos declararam também que planeiam atualizar os laboratórios de testes que já possuem com recursos de 5G, de Internet of Things, de IA e com sistemas autónomos de modo a impulsionarem esta evolução. Para tal é necessário proceder a investimentos significativos e, nesse sentido, as empresas devem privilegiar os investimentos em produtos e serviços capazes de gerar mais-valias relevantes no menor espaço de tempo possível, bem como nas pessoas. |