O novo órgão de governação de IA visa promover um consenso sobre os riscos da tecnologia e estimular o debate internacional
A ONU constituiu um novo órgão dedicado à governação da Inteligência Artificial (IA), composto por 39 indivíduos de 33 países, com o objetivo de promover um consenso sobre os riscos e desafios da tecnologia em rápido desenvolvimento. De acordo com Amandeep Singh Gill, um enviado tecnológico da ONU, um relatório provisório sobre IA da ONU procurará “ligar as respostas de governança” além-fronteiras. O órgão planeia publicar um relatório preliminar até ao final do ano e, em 2024, um relatório final com as suas recomendações, que serão discutidas numa cimeira da ONU no próximo mês de setembro. Para Gill, é necessário adotar uma perspetiva de governação “além das fronteiras”. Um relatório provisório da ONU procuraria ajudar os governos e o setor privado a pensar mais sobre a governação, os riscos e as oportunidades da IA. “Precisamos de examinar o panorama das respostas de governação existentes além-fronteiras e depois ver onde estão as lacunas e como podemos interligar as respostas de governação para que não haja lacunas”, disse Gill à Reuters. A China e os Estados Unidos, dois dos países-membros do órgão consultivo de IA, estão a adotar abordagens opostas sobre a governação da IA. Enquanto a China assume a liderança na emissão de regulamentos de cima para baixo, os EUA permitiram que o setor privado assumisse a liderança à medida que averiguam se são necessárias novas leis. Executivos da Google, Microsoft e OpenAI são os membros norte-americanos do fórum. Por sua vez, a China contribuiu com dois professores universitários. O órgão consultivo está também a considerar a proposta apoiada em junho por António Guterres, secretário-geral da ONU, sobre a criação de um órgão de vigilância internacional da IA semelhante à Agência Internacional de Energia Atómica. No entanto, caberia aos estados-membros tomar medidas para a formação desta agência. |