A Microsoft e a Amazon estão a ser investigadas pelo órgão antitrust do Reino Unido para averiguar o seu envolvimento em práticas anticompetitivas
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A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), o regulador antitrust do Reino Unido, anunciou o lançamento de uma investigação sobre este mercado de serviços de infraestrutura em cloud, com o objetivo de averiguar se os players estão envolvidos em práticas anticompetitivas. Em particular, a Microsoft e a Amazon Web Services (AWS) estão a ser investigadas por alegadamente dificultarem a utilização de vários fornecedores de serviços cloud vitais pelos consumidores. Um relatório publicado pela Ofcom, a entidade reguladora britânica de media e comunicações, caracterizou o fornecimento de infraestruturas em cloud no Reino Unido como altamente concentrado, considerando a sua concorrência limitada. Foi neste seguimento que foi iniciada a investigação da CMA, que deverá ser concluída em abril de 2025. “Nós saudamos a indicação da Ofcom de serviços de infraestrutura de cloud pública para uma investigação aprofundada”, afirma Sarah Cardell, CEO da CMA, em comunicado. “Este é um mercado de 7,5 mil milhões de libras que sustenta uma série de serviços online – desde redes sociais até modelos básicos [de inteligência artificial]. Muitas empresas agora dependem completamente de serviços em cloud, tornando essencial a concorrência efetiva neste mercado”. Esta investigação surge no contexto do crescente aumento do escrutínio a grandes empresas de tecnologia pela parte dos reguladores europeus, que, nos últimos anos, têm apertado as regras no que diz respeito à proteção de dados e à publicidade direcionada. No final de agosto, entrou em vigor a Lei dos Serviços Digitais da União Europeia, que representa um dos esforços mais abrangentes e ambiciosos dos decisores políticos para regular as Big Tech, como a Amazon, a Apple, a Google, a Microsoft, a Snapchat, a TikTok e a Meta. No ano passado, a Microsoft e a AWS totalizaram uma participação de mercado combinada de 70-80% no mercado de serviços de infraestrutura em cloud do Reino Unido, de acordo com a Ofcom. Em terceiro lugar, segue-se a Google, que teve uma participação de 5 a 10%. A Ofcom identificou ainda, no seu relatório, características do mercado que tornam mais difícil para os consumidores mudarem de fornecedor ou utilizarem vários fornecedores, como taxas de mudança. “Se os clientes tiverem dificuldade em mudar e usar vários fornecedores, poderá ser mais difícil para os concorrentes ganhar escala e desafiar efetivamente a AWS e a Microsoft para os negócios de clientes novos e existentes”, escreveu a Ofcom. A Amazon e a Microsoft mostraram-se dispostas para se envolverem “construtivamente” com a CMA. No entanto, um porta-voz da AWS afirmou que a empresa não concordava com as conclusões da Ofcom. “Nós acreditamos que se baseiam num equívoco fundamental sobre como funciona o setor de TI e sobre os serviços e descontos oferecidos”, disse o porta-voz, observando que “a cloud tornou a mudança entre fornecedores mais fácil do que nunca”. O relatório levantou também preocupações relativamente às práticas de licenciamento de software de alguns fornecedores de cloud, especialmente a Microsoft. Um porta-voz da Microsoft acrescentou: “estamos empenhados em garantir que a indústria de cloud do Reino Unido permaneça inovadora, altamente competitiva e um acelerador de crescimento em toda a economia”. |
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