A faixa etária entre os 18 e os 24 anos são os que lideram a adoção de inteligência artificial, enquanto a necessidade de formação nesta tecnologia continua a crescer
De acordo com o estudo “Consumer Sentiment Survey 2024” da Boston Consulting Group (BCG), mais de metade dos portugueses (52%) recorre a ferramentas de Inteligência Artificial (IA) pelo menos uma vez por mês, um aumento de nove pontos percentuais em comparação com o ano passado. 31% dos inquiridos afirma usar esta tecnologia mais do que uma vez por semana. A proporção de portugueses que utiliza IA pelo menos uma vez por mês aumenta para 64% nos adultos entre os 18 e os 24 anos e diminui para 29% em adultos com mais de 64 anos. O estudo revela ainda que cerca de um quarto (26%) dos questionados referem já ter experimentado usar inteligência artificial, mas que não usufrui, e 22% admitem nunca ter usado estas ferramentas. Apenas 4% dos portugueses revela poupar mais de cinco horas semanais através da utilização de IA, e cerca de metade dos portugueses inquiridos (53%) declara que poupa menos de uma hora de trabalho por semana com recurso à IA generativa. “Em Portugal apenas 30% dos trabalhadores afirma usar IA regularmente, enquanto em vários países europeus mais de metade dos trabalhadores já incorporam IA na sua rotina de trabalho semanal”, reitera Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa. No que diz respeito ao impacto desta tecnologia nas suas vidas, 20% dos portugueses acreditam que a IA vai ter um impacto significativo, uma diminuição de 13 pontos percentuais em comparação com 2023. Outros 38% esperam um impacto moderado. Além disso, 16% antecipam um impacto mínimo e 7% nenhum tipo de impacto, enquanto 20% não têm conhecimento da tecnologia ou não sabe estimar o seu impacto. Quanto aos sentimentos sobre a IA generativa, 42% dos portugueses demonstram interesse ou entusiasmo, uma diminuição de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em contrapartida, 41% sente cautela ou preocupação, um aumento de três pontos percentuais, e 17% mantem-se neutros. Em relação à possibilidade de os seus trabalhos serem substituídos pela inteligência artificial na próxima década, 44% dos portugueses consideram que a tecnologia não vai substituir as suas funções. No entanto, 48% acreditam que a adoção de IA vai reduzir a carga horaria, com 30% a prever uma redução inferior a 50% e 18% a acreditar que será superior. Apenas 8% dos questionados acham que as suas funções vão ser totalmente substituídas por tecnologia. Em termos de formação, 72% dos portugueses afirmam que precisam de receber mais formação para poder incorporar a inteligência artificial no seu trabalho, uma proporção que cresceu quatro pontos percentuais em comparação ao ano passado, e apenas 17% revela ter recebido alguma formação neste tópico. |