Metade das empresas portuguesas já recorrem ao low-code

O low-code é cada vez mais uma opção valorizada pelas empresas portuguesas na hora de migrar os processos para o digital

Metade das empresas portuguesas já recorrem ao low-code

O relatório da OutSystems, “Desenvolvimento de Aplicações numa Era de Transformação Digital, Plataformas Low-Code e Citizen Developers”, auscultou mais de 3 mil profissionais de Tecnologias de Informação, oriundos de 40 países e 28 indústrias diferentes, não clientes da empresa de desenvolvimento e oferta de plataformas low-code.

Em Portugal a OutSystems inquiriu 555 profissionais, na sua maioria developers de aplicações (41%), membros de equipas de gestão de TI e CIOs (23%) e arquitetos de sistemas (6%).

De acordo com as conclusões do relatório, a maioria dos profissionais de TI inquiridos no estudo (62%) reportam a existência de atrasos nas aplicações móveis, alguns com mais de 10 aplicações em stand-by à espera de serem desenvolvidas. Ao mesmo tempo, apesar de 88% dos inquiridos considerarem o mobile uma funcionalidade “necessária” ou “muito importante”, 37% das organizações deparam-se com a falta de mobile developers e 44% relataram mesmo um défice nas competências necessárias para resolver esta questão.

O tempo de desenvolvimento das aplicações móveis foi outro fator identificado pelos profissionais. Cerca de 76% dos auscultados frisaram que é necessário, em média, um período superior a três meses, para desenvolver uma aplicação móvel. Este intervalo gera, sem surpresa, insatisfações: 44% dos participantes não estão satisfeitos com a atual velocidade de desenvolvimento de aplicações das suas equipas.

Os gestores de TIs enfrentam inúmeros desafios no que diz respeito ao desenvolvimento móvel. As restrições de tempo e orçamento são as que mais pesam, seguidos de um défice de competências, competição feroz de prioridades e a falta de mobile developers. Os requisitos móveis são também cada vez maiores. A mobilidade foi identificada como o principal requisito das aplicações (no relatório de 2015 estava em 6º lugar). E não só: esta foi identificada por 88% dos profissionais como uma necessidade ou prioridade no que diz respeito a incorporar esta característica nas suas aplicações atuais e futuras.

As organizações estão focadas na busca pela abordagem técnica correta no desenvolvimento das suas aplicações, que tem levado a mais experimentação. Na verdade, 43% dos inquiridos consideram a possibilidade de recorrer ou já utilizam plataformas low-code ou no-code na sua estratégia de TI. A mesma percentagem assumiu que as suas organizações estão a permitir que citizen developers tirem partido desta tecnologia. O low-code está a crescer. De acordo com os dados do relatório, as empresas que adotaram plataformas low-code registam melhorias num desenvolvimento mais rápido das aplicações móveis e dependem menos de terceiros para a entrega.

Low-code e no-code fazem parte já de 50% das organizações portuguesas

Em Portugal, a maioria dos inquiridos trabalha sobretudo para empresas com menos de 500 colaboradores (57%), na área de computadores e tecnologia (46,3%) e serviços financeiros (10,8%). Durante este ano, planeiam sobretudo desenvolver aplicações relacionadas com: portais, relatórios e análise e automação de processos.

A mobilidade é também considerada crucial no desenvolvimento das aplicações, no entanto a maioria planeia desenvolver menos de uma dezena em 2017 (55%). Praticamente 60% dos portugueses inquiridos está satisfeito com o atual tempo de desenvolvimento das aplicações, que demoram, na sua maioria, 3 a 5 meses a serem concluídas (39% web e 38% mobile).

Os principais desafios reconhecidos pelos profissionais são o tempo, o défice de conhecimento necessário e os orçamentos. O low-code e no-code fazem parte já de 50% das organizações para as quais os inquiridos trabalham, sobretudo por aumentarem a capacidade de resposta do negócio, reduzirem o atual atraso de TI e evitarem os desafios de procura de recursos com as competências técnicas certas. As barreiras que o low-code e o no-code enfrentam no nosso país dizem respeito sobretudo à falta de conhecimento destas plataformas e a preocupações de segurança e escala das aplicações desenvolvidas.

“Este relatório mostra claramente que muitos profissionais de TI estão numa situação de crise no que diz respeito à transformação digital e ao desenvolvimento de aplicações”, refere Steve Rotter, CMO da OutSystems. “Os atrasos nos projetos são cada vez maiores, há mais sistemas de integração, a procura pelo mobile e IoT é crescente e a escassez de developers qualificados são as suas principais preocupações”.

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