Gartner indica cinco tecnologias emergentes impactantes a longo prazo

Entre 43 tendências e tecnologias disruptivas, os especialistas destacam os smart spaces, a IA generativa, a encriptação homomórfica, as tecnologias graph e o metaverso

Gartner indica cinco tecnologias emergentes impactantes a longo prazo
 

Os smart spaces, encriptação homomórfica, IA generativa, tecnologias graph e o metaverso deverão transformar os vários mercados no futuro. As previsões são do Emerging Technologies and Trends Impact Radar da Gartner, que indica 43 tendências e tecnologias emergentes com um elevado potencial disruptivo e influente nos mercados. As tendências centram-se em quatro temas-chave. Por um lado, o mundo inteligente, por outro, a revolução da produtividade, a segurança ubíqua e transparente e facilitadores críticos.

A maior parte das tecnologias e tendências emergentes de 2021 estão a três ou oito anos de estarem estabelecidas, o que indica que haverá uma inovação significativa nos próximos anos. A Gartner destacou cinco tendências que considera de maior relevância, começando pelos smarts spaces, que deverão impactar os mercados nos próximos três a seis anos. 

Os smart spaces são ambientes físicos ou digitais em que os humanos e sistemas tecnológicos interagem em ecossistemas cada vez mais abertos, conectados, coordenados e inteligentes. Neste contexto, os usos comuns incluem a manutenção preventiva para infraestruturas de construção, portagens automatizadas e faturação. Segundo a Gartner, estes espaços estão a mudar a forma como as pessoas interagem entre si e influenciam os sistemas de apoio à decisão dentro de vários espaços. 

É de notar que a pandemia acelerou a adoção no mercado de smart spaces, à medida que a segurança dos trabalhadores e o distanciamento social se tornaram padrões. À medida que as organizações abraçam a capacidade dos smart spaces para incorporar sistemas de legado junto de novas tecnologias como IoT, haverá cada vez mais oportunidades, com o potencial de serem massificados. 

Já a IA generativa, técnicas de IA que aprendem uma representação de artefactos a partir de dados e os usam para gerar novos artefactos, originais, que preservam a semelhança aos originai, deverá estar estabelecida no mercado nos próximos seis a oito anos, como parte da revolução da produtividade. A Gartner estima que a tecnologia vai progredir rapidamente tanto para descobertas científicas como para a comercialização tecnológica. Apesar da tecnologia ser ainda muito emergente, já está a ser utilizada em várias aplicações, desde a criação de novos materiais à preservação da privacidade dos dados. Contudo, questões relacionadas com a segurança e má utilização da tecnologia, poderão abrandar a adoção em algumas indústrias, explicam. 

Num terceiro ponto, a Gartner menciona a encriptação homomórfica, com um tempo de entrada no mercado de entre três e seis anos, sob o tema da segurança ubíqua e transparente. A encriptação homomórfica é um método criptográfico que devolve um resultado encriptado ao titular dos dados, permitindo, essencialmente, que terceiros processem dados encriptados sem ter conhecimento sobre os dados ou os resultados. A curto prazo, são vários os fatores que impedem a adoção da tecnologia, nota a Gartner, como questões de desempenho, falta de padronização e complexidade. 

Todavia, os pioneiros da encriptação homomórfica entendem que o futuro da tecnologia está ligado ao papel crescente dos investimentos em inovação aberta e que será uma tecnologia central para muitas ofertas futuras do SaaS para garantir a proteção e privacidade de dados entre fornecedores de processamento de dados de terceiros e fornecedores de análise. O caso de utilização dominante deverá ser a eliminação da necessidade atual de troca e armazenamento de dados.

Adicionalmente, como parte dos facilitadores críticos surgem as tecnologias graph, com um tempo para o mercado de entre três e seis anos. As tecnologias graph são técnicas de gestão e de análise de dados graph e consiste em modelos que determinam a conectividade entre variados pontos de dados. Segundo a análise da Gartner, uma grande parte destas tecnologias será vendida como componentes integrados das plataformas de dados existentes, desenvolvidas internamente ou integradas através de acordos de revenda de fornecedores especializados.

Por fim, o metaverso, que a Gartner nota que apesar de estar fora do prazo de oito anos para estar estabelecido no mercado, merece a menção, afirmam. O metaverso é um ambiente digital imersivo de redes independentes, mas também interconectadas, que determinarão protocolos para as comunicações. Segundo a Gartner, o metaverso permite conteúdo digital persistente, descentralizado, colaborativo e interoperável que se cruza com o conteúdo físico em tempo real e alarga a capacidade de computação numa magnitude muito maior do que o disponível hoje em dia, alterando a forma como indivíduos e organizações interagem entre si e com o mundo.

Contudo, é de ressalvar que o metaverso ainda está numa fase inicial de desenvolvimento e embora os benefícios e oportunidades não sejam imediatamente viáveis, as soluções emergentes indicam potenciais casos de utilização. A Gartner indica que as experiências de metaverso não deverão substituir as interações digitais atuais, são suscetíveis de deslocar muitas delas enquanto abrem novos tipos de interações e modelos de negócio para otimizar estes novos casos de utilização.

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