Os dados do Emerging Risks Report da Gartner indicam que a recessão macroeconómica é o maior risco emergente, seguido da escalada do conflito na Europa, dos ciberataques patrocinados pelo Estado, da inflação dos preços da energia, e da escassez de matérias-primas
A preocupação com a recessão macroeconómica ascendeu ao maior risco emergente que as organizações enfrentam. Os dados do mais recente Emerging Risks Report da Gartner, que contou com a participação de 306 executivos seniores e profissionais de gestão de risco, no segundo trimestre de 2022. No primeiro lugar dos riscos emergentes está a recessão macroeconómica, seguida da escalada do conflito na Europa, em terceiro lugar, os ciberataques patrocinados pelo Estado, na quarta posição, a inflação dos preços da energia e, finalmente, a escassez de matérias-primas. “Os cinco principais riscos relatados pelos inquiridos foram notórios tanto pela sua interconexão como pela sua origem fora da organização”, disse Chris Matlock, vice-presidente na área de Legal, Risk & Compliance da Gartner. “Embora interligados, muitos dos principais riscos dão sinais contraditórios sobre o estado da economia, o que torna o papel dos líderes de emerging risk management (ERM) particularmente crucial na filtragem das informações mais relevantes e específicas da organização até ao C-Suite e ao conselho de administração”. A Gartner identificou a recessão económica como um dos cinco principais riscos emergentes no primeiro trimestre e a preocupação com o risco acelerou desde então. É de notar que todos os cinco principais riscos emergentes no segundo trimestre são externos à organização e podem ter impactos significativamente diferentes com base na geografia e na indústria. Os especialistas notam que os líderes em ERM devem reavaliar continuamente as suas perspetivas macroeconómicas e garantir que as avaliações de risco “top-down” de executivos seniores sejam equilibradas por avaliações de risco "bottom-up" que dependam mais das experiências dos líderes das unidades de negócio de toda a organização. Os executivos seniores devem preocupar-se com a perda de sinais ou com a incapacidade de serem críticos para responder a estes riscos em rápida mudança, indica a Gartner. Segundo Chris Matlock, as principais organizações não só evitam o risco, como procuram abraçá-lo como uma oportunidade competitiva para expandir a quota de mercado. A inflação dos preços da energia classificada como um dos cinco principais riscos emergentes para os inquiridos, contudo, segundo os peritos, os executivos poderão não estar, ainda, preparados para mitigar de forma eficaz o risco. Já o aumento dos impactos da invasão da Ucrânia pela Rússia tende a impulsionar os preços da energia, bem como vulnerabilidades devido a eventos climáticos extremos. Consequentemente, as organizações multinacionais poderiam ver impactos geográficos díspares na subida dos preços da energia, especialmente na Europa, que é mais vulnerável aos choques de fornecimento. Chris Matlock comenta que os executivos devem estar preparados para os problemas continuados das sanções em curso contra a Rússia e consequente desequilíbrio na disponibilidade de produtos específicos em todo o mundo. “Ambientes incertos exigem que as equipas executivas e os seus parceiros de ERM garantam que têm processos em vigor para intervirem sobre os riscos mais prementes para as suas organizações e garantir que os planos de mitigação estão em vigor para os piores resultados”, disse o analista. Mais, completa: "os líderes de ERM podem ajudar a trazer clareza à tomada de decisão executiva através de avaliações qualitativas adaptadas às necessidades da organização em termos de risco, o que é especialmente útil numa altura em que as medidas quantitativas de risco são elevadas em todo o lado”.
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