Os EUA alertam que a lei de IA da UE prejudicará as pequenas empresas europeias e beneficiar as grandes organizações
Os Estados Unidos alertaram que a lei de Inteligência Artificial (IA) da União Europeia (UE) irá prejudicar as pequenas empresas europeias, beneficiando somente as grandes organizações capazes de cobrir os elevados custos de compliance. De acordo com o Bloomberg, que teve a acesso a documentos, a análise do Departamento de Estado da futura legislação está a levantar preocupações sobre a versão da lei do Parlamento Europeu, caracterizando como “vagas ou indefinidas” as medidas sobre grandes modelos de linguagem (LLMs), que constituem a base da maioria dos produtos de IA generativa. O Departamento de Estado considera igualmente alarmante o facto de a lei se focar nos riscos de desenvolvimento relacionados com os modelos de IA, mas não nos riscos associados à sua utilização. Este regulamento poderá ter consequências como a redução da produtividade, a migração de empregos e o desincentivo ao investimento em I&D e comercialização dentro do bloco, o que prejudicaria a competitividade das empresas europeias, defendem os EUA. Segundo o Bloomberg, o feedback dos EUA já foi partilhado com a UE. De igual modo, também as empresas europeias receiam o impacto da lei de IA da UE. Em junho, os executivos de algumas das maiores empresas do bloco enviaram uma carta ao Parlamento, à Comissão e aos estados-membros, onde expressaram “sérias preocupações”. “O projeto de legislação colocaria em risco a competitividade e a soberania tecnológica da Europa sem enfrentar eficazmente os desafios que enfrentamos e iremos enfrentar”, escreveram na carta. Por outro lado, um conjunto de países da UE, como a Itália, começaram a colocar em prática a regulamentação da IA generativa antes da entrada em vigor da lei. Em julho, um inquérito evidenciou que, na Europa, os consumidores acreditam que esta tecnologia deve ser fortemente regulamentada. A lei de IA da UE entrará em vigor no final de 2025 ou no início de 2026. Face à resistência do setor empresarial e aos receios de extinção, a legislação deverá garantir a segurança e, ao mesmo tempo, impulsionar a inovação, diz o Bloomberg. |