Estudo revela falhas na adoção de cloud em Portugal

Um relatório da Deloitte com o apoio da Vodafone indica, também, que Portugal precisa de mais 270 mil especialistas de TIC para atingir os objetivos da Década Digital definidos pela Comissão Europeia

Estudo revela falhas na adoção de cloud em Portugal

A proporção de empresas que usam tecnologia cloud tem de aumentar significativamente para atingir os objetivos da Década Digital estabelecidos pela Comissão Europeia, de acordo com um novo relatório ‘The progress towards the EU's Digital Decade ambition’, produzido pela Deloitte e com o apoio pela Vodafone.

A Década Digital da União Europeia, que estabelece objetivos-chave para as várias áreas digitais até 2030, é a visão da União Europeia para a transformação digital e um elemento crítico para que a Europa mantenha a sua competitividade global num mundo em rápida transformação.

De acordo com o relatório, apenas 21% das empresas em Portugal usam serviços de computação em cloud, o que fica 54 pontos percentuais aquém do objetivo de 75%, a atingir até 2030. Os serviços da cloud podem ajudar a aumentar a segurança dos dados, contribuir para uma maior eficiência, ajudar as empresas a crescer, gerar conhecimento e reduzir custos, o que significa que são críticas para o seu sucesso global, para a sua capacidade de crescer e para apoiar a competitividade da Europa. 

A proporção de habitações cobertas por redes de capacidade muito elevada em Portugal aumentou quatro pontos percentuais em 2021 para 87%, o que significa uma distância de 13 pontos em relação às metas da Década Digital. Este é, no entanto, o terceiro gap mais baixo entre os países europeus analisados. Preencher esta falha pode ser desafiante para muitos Estados-Membros – se não todos -, dados os elevados custos e as dificuldades operacionais em levar estas redes a zonas remotas.

A falta de especialistas em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) também está a travar o progresso face aos objetivos da Década Digital, ameaçando a capacidade da Europa de escalar as tecnologias necessárias para liderar a nível global. Na União a 27, o número destes especialistas está atualmente nos 8,43 milhões. Embora tenha Alemanha, Irlanda e Hungria tenham registado os maiores aumentos durante o ano passado, este número tem mais do que duplicar em toda a União Europeia para alcançar o objetivo de 20 milhões de especialistas em TIC estabelecidos na Década Digital.

A intensidade digital das PME manteve-se relativamente estável ao longo dos últimos cinco anos, com uma taxa de crescimento médio anual de apenas 2% na União Europeia, entre 2016 e 2021 A intensidade digital é definida de acordo com um índice que mede a disponibilidade de 12 tecnologias diferentes, incluindo o acesso a banda larga rápida (30 Mbps ou superior) e a especialistas em TIC. Em alguns casos, há Estados-Membros ainda mais longe dos seus objetivos do que estavam há cinco anos. Por exemplo, Portugal estava, em 2021, nove pontos percentuais abaixo do objetivo de 2030, comparado com 2019, e a Chéquia com uma diferença de 14 pontos percentuais. A Alemanha estava cinco pontos aquém, a Irlanda três, a França dois. Contudo, a Polónia mostrava sinais de progresso e estava 14 pontos percentuais mais próxima do objetivo de 2030, comparado com 2019, enquanto a Itália estava 11 pontos acima.

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