Empresas portuguesas entre as menos preparadas para a transformação digital na Europa

De acordo com o estudo da Claranet, “Beyond Digital Transformation”, a segurança e a melhoria da experiência do consumidor são os principais desafios das empresas na hora de delinear um plano de transformação digital. Em Portugal, a aversão ao risco é a grande barreira à disrupção digital

Empresas portuguesas entre as menos preparadas para a transformação digital na Europa

Este estudo envolveu cerca de 750 profissionais europeus das áreas TI e Digital, entre os quais 100 portugueses de uma vasta miríade de setores, dos serviços financeiros ao retalho, TI, indústria, distribuição e logística, sector público, entre outros.

Os principais desafios europeus identificados em 2018 são, indubitavelmente, a segurança (44%) e uma melhoria da experiência do consumidor, cujos objetivos não estão alinhados com o investimento. Segue-se uma melhoria do desempenho e fiabilidade das aplicações (34%), o combate à fragmentação de sistemas (34%), a necessidade de desenvolver aplicações móveis (31%) e a garantia da disponibilidade de serviço 24x7x365 (31%).

Relativamente a Portugal, à semelhança do observado em 2017, os departamentos de TI das empresas nacionais continuam a ser dos que mais desafios enfrentam a nível europeu.   A aversão ao risco é exclusivamente nacional e 43% dos negócios identificam este medo como impeditivo da tão desejada mudança. A atração de talento qualificado continua este ano a ser uma das principais preocupações (43%) para os departamentos de TI.

O estudo da Claranet revela também que os constrangimentos orçamentais são um dos principais desafios dos líderes nacionais (45%), assim como a necessidade de melhorarem a experiência dos consumidores, e que ainda há um longo caminho a percorrer na adopção de serviços cloud, pois Portugal tem a maior concentração de sistemas locais (“on premises”) da Europa e 44% não delegam nada a terceiros.

Porém, Portugal está na linha da frente em automação de infraestruturas (63%), conseguindo assim uma redução dos custos operacionais e do risco de erro humano. Isto deve-se ao facto de, em Portugal, mais de 90% dos líderes terem confirmado que na sua organização o orçamento anual de TI é alocado diretamente a esse departamento, um valor significativamente superior ao da média europeia (77%). Também acima da média europeia (68%), é a certeza de que o investimento não é desperdiçado: 87% dos participantes acreditam que o departamento de TI assegura o maior retorno do investimento quando comparado com outras unidades de negócio.

“Há um desejo, entre os líderes de IT em Portugal, de evoluir para uma metodologia de DevOps, o que é comum a líderes de IT de outros países. Contudo, em Portugal, este desejo não se encontra planeado no horizonte tão próximo, pelo que fica a ideia de que há alguma aversão ao risco e à mudança, o que no IT pode ser fatal para a competitividade de qualquer negócio. Agarrar e manter vantagens competitivas requer empresas ambiciosas, ágeis e abertas à mudança. É relevante o desejo que as empresas manifestam em continuar a inovar, mas temos de ser ainda mais ambiciosos, a mudança começa hoje, não daqui a dois anos. Há claros benefícios em adoptar um foco mais centrado nas aplicações, tanto para a agilidade do negócio, como para a eficiência operacional. A mudança é um imperativo”, comenta António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal.

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