As perspetivas para a criação de empregos para o último trimestre do ano mantêm-se positivas, com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego a apontar para +31%, uma redução de um ponto percentual quando comparado com o último trimestre, mas um aumento de 19 pontos percentuais quando comparado com o período homólogo de 2021. Portugal é o segundo país na região da Europa, Médio Oriente e África com maior aumento anual deste valor.
Os dados são apresentados pelo ‘ManpowerGroup Employment Outlook Survey’ que contou com a participação de mais de 40 mil empregadores em 41 países durante o mês de julho. 555 estão em Portugal.
Apesar de o inquérito considerar já a estabilidade do último trimestre do ano, não perde de vista os vários desafios levantados pela invasão da Ucrânia, o aumento da inflação e a consequente incerteza económica.
41% dos empregadores portugueses mostram intenção de aumentar as suas equipas, contra 14% que admite que terá de diminuir os colaboradores. 42% dos inquiridos considera que vai manter o número de trabalhadores.
“Apesar da incerteza económica e geopolítica, as intenções de contratação dos empregadores portugueses continuam fortes e a luta pelo talento acentuada”, afirma Rui Teixeira, Diretor Geral do ManpowerGroup Portugal.
Ainda que os dados apresentem uma evolução face ao ano anterior, começam a observar-se “sinais de uma possível inversão de tendência”. Algumas das principais preocupações no tecido empresarial – e enumeradas acima - deverão ser acompanhadas, sem perder de vista as medidas que o Governo está a lançar e que poderão impactar as empresas portuguesas e a capacidade de as mesmas criarem emprego.
Intenções de contratação são mais elevadas nas empresas de maior dimensão
Apesar de todas as empresas perspetivarem o aumento das equipas de trabalho até ao final do ano, são as empresas de maior dimensão que mantêm as intenções de contratação mais acentuadas, com uma Projeção de +38%, o que reflete um aumento de cinco pontos percentuais face ao trimestre passado. Seguem-se as Pequenas e Microempresas com Projeção de +30% e +26%, respetivamente.
No fim surgem as empresas de Média Dimensão e Microempresas com uma Projeção de +26% e +25%.
As perspetivas nas principais áreas
No geral, dos setores analisados, dez dos onze empregadores prevê aumentar o número de trabalhadores nas equipas.
- Comércio Grossista e Retalhista: Com uma Projeção de +46% é o que apresenta um crescimento mais acentuado quando comparado com o trimestre anterior – mais 17 pontos percentuais e mais 33 pontos percentuais relativamente ao mesmo período de 2021;
- Indústria: Segue-se o setor industrial com uma Projeção na ordem de +34%, um crescimento de três pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior;
- Tecnologias de Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media: No caso deste setor, a Projeção é de +33%. No entanto, neste setor há uma diminuição de treze pontos percentuais relativamente ao trimestre passado;
- Outras atividades de Produção: Com uma Projeção de +32%, apresentam uma diminuição de cinco pontos percentuais face ao trimestre que passo;
- Restauração e Hotelaria e Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário: Apresentam Projeções de +31% e +25%, respetivamente, valores que apresentam uma descida de sete e 18 pontos percentuais, respetivamente;
- Construção e Outras Atividades de Serviços: +23%, com uma elevada diminuição de 16 pontos percentuais;
- A Produção Primária é um dos setores com a perspetiva menos otimista - +21% - seguindo-se a Educação, Saúde, Trabalho Social e Governamental com +20%.
Perspetivas de contratação por região
O Grande Porto é a única região de Portugal que apresenta uma maior Projeção para a Criação Líquida de Emprego - +40% - sendo a única região com uma evolução positiva no último trimestre, com mais três pontos percentuais.
A Região Sul apresenta uma Projeção de +32%. Neste caso, e apesar de apresentar menos sete pontos percentuais relativamente ao trimestre passado, é a região que regista maior aumento em relação ao período homólogo do ano passado (24 pontos percentuais).
Na Grande Lisboa, e apesar de uma Projeção de +26%, há uma redução de sete pontos percentuais. As restantes regiões – Centro e Norte – têm previsões de mais de 20% e 18%, respetivamente.
A nível global, a Projeção para a Criação Líquida de Emprego sofreu uma descida, com o valor a estabelecer-se nos +30%, ou seja, menos três pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior. Brasil, Índia e Costa Rica estão entre os países com uma Projeção mais otimista, ao contrário da Hungria e da Grécia que apresentam até valores negativos. Na Europa, Portugal é o quinto país com as intenções mais elevadas.
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