Para a Gartner, é fundamental que as empresas e os líderes de IT estruturem o seu negócio e os seus investimentos em tecnologia de modo a conseguirem capitalizar-se perante a nova realidade económica: economia digital
"No flash de um momento de digital business, um cliente pode tornar-se um parceiro, ou até mesmo um concorrente", indica Betsy Burton, vice presidente e analista da Gartner. "O digital business requer uma arquitetura organizacional que acomode da mesma forma os agentes económicos em diferentes papéis, dependendo do contexto, podendo cooperar com um aumento exponencial da interações provenientes de coisas diferentes, pessoas e clientes".
"Economia de conexões" é a designação da Gartner para descrever os novos modelos económicos que estão a emergir do negócio digital. O conceito assenta no conceito da lei de Metcalfe, que fora originalmente utilizada para descrever as redes de comunicação, afirmando que o valor de um agente da rede aumenta exponencialmente se o número de conexões aumentar, ou seja, se uma rede de dois telefones consegue apenas realizar uma ligação, uma rede de cinco telefones consegue efetuar 10 ligações.
"O negócio digital altera significativamente este tipo de valor calculado que guia as decisões de investimento", refere Betsy Burton. "Primeiro, dezenas de milhares de coisas irão juntar-se aos milhões de pessoas e de negócios on-line. Em segundo lugar, qualquer um destes agentes será capaz de desempenhar diversos papéis: cliente, parceiro, fornecedor, colaborador, concorrente, ou até mesmo uma combinação de todos".
Para sustentar a sua visão, a Gartner utiliza como exemplo o site "London Theatre Direct", que permite que qualquer pessoa ou empresa coloque informação no site com o objetivo de vender bilhetes. Nesse caso, a pessoa ou empresa que colocou as informações pode ser um cliente, ou patrocinar o cinema/teatro como um parceiro através de donativos e patrocínios.
O aumento significativo de ligações que o negócio digital aporta e os diversos papéis que os agentes pode desempenhar dentro desta rede está a tornar a estrutura do negócio digital menos isolada.
"As pessoas, os processos, a informação e a tecnologia estão mais fluidas e integradas", indica Betsy Burton. "Para acomodar estas ligações dinâmicas entre as pessoas, empresas e as coisas, os 'arquitetos empresariais' terão de conceber uma nova arquitetura empresarial de suporte".
Além disso, os "arquitetos" empresariais terão de estar atentos às novas tendências, considerando a experiência do utilizador como um ponto de partida, embora o leque de interações da "economia de conexões" deva incluir parceiros, colaboradores, fornecedores, entre outros agentes.