O estudo “The Digital Culture Challenge: Closing the Employee-Leadership Gap”, realizado pela Capgemini, revela que o fosso cultural entre gestores e colaboradores está a ser o principal entrave à transformação das empresas
Realizado em parceria com a analista de mercado Brian Solis, o estudo da Capgemini auscultou 1700 profissionais de 340 empresas sediadas em oito países e concluiu que 62% dos inquiridos identificam a cultura empresarial como o principal obstáculo no processo de transformação digital das empresas e o principal risco de perda da sua competitividade no atual contexto de mercado. As conclusões do estudo apontam mesmo para um agravamento do fosso cultural entre gestores e trabalhadores de mais 7 pontos percentuais desde 2011- o ano em que a Capgemini iniciou este estudo. As diferenças entre gestores e colaboradores é evidente: enquanto 40% dos gestores de topo considera que as suas empresas têm uma cultura digital, apenas 27% dos trabalhadores partilha da mesma opinião. A cultura digital das empresas foi avaliada de acordo com sete critérios, nomeadamente práticas de colaboração, inovação, abertura cultural, predisposição para o digital, orientação ao cliente, cultura de dados para fundamentar decisões, agilidade e flexibilidade. A informação recolhida no âmbito deste estudo, permitiu identificar as principais razões que estão na origem desta clivagem: a dificuldade dos gestores criarem e transmitirem de forma clara a visão que têm do digital para as suas empresas; ausência de funções de referência na área do digital e a ausência de indicadores de desempenho (KPI) que permitam aferir com rigor os impactos da transformação digital nas suas organizações e negócios. "As tecnologias digitais podem oferecer níveis de valor acrescentado muito significativos, mas só as empresas que adotarem uma cultura digital duradoura poderão explorar este potencial. Para que as empresas possam crescer é fundamental atenuar as diferenças de perceção entre gestores e trabalhadores, no que diz respeito à existência ou não existência de uma cultura digital nas suas organizações. Neste sentido, as empresas deverão motivar, envolver e responsabilizar todos os seus trabalhadores, de modo a poderem realizar efetivamente a mudança cultural que urge fazer. Se as empresas fizeram da cultura digital uma das suas principais prioridades estratégicas, poderão melhorar substancialmente o relacionamento com os seus clientes, atrair mais e melhores talentos e empenharem-se em serem bem-sucedidas no mundo digital dos nossos dias”, Cyril Garcia, diretor digital services do Grupo e membro do Comité Executivo da Capgemini.
O estudo aponta para uma percentagem ainda baixa (7%) de empresas que consideram que a sua organização tem capacidade para conceber e testar novos conceitos e para os colocar em prática rapidamente. Na mesma linha, apenas 37% dos trabalhadores afirmam que a sua empresa possui uma cultura centrada na inovação, na experimentação e na assunção de riscos, contra 75% dos quadros dirigentes. É, portanto, fundamental que as empresas comecem a apostar em ambientes que dêem aos seus colaboradores o espaço para a experimentação. Desacordo profundo sobre as práticas de colaboração As conclusões do estudo revelam que existem também posições dissonantes entre os gestores e os trabalhadores no que diz respeito às práticas de colaboração. Efetivamente, 85% dos quadros dirigentes consideram que as suas empresas promovem as práticas colaborativas, e apenas 41% dos trabalhadores estão de acordo com esta afirmação. Gestores consideram ter uma visão digital, trabalhadores não concordam Mais uma vez, o estudo evidencia o fosso existente entre a perceção dos gestores e a dos colaboradores. Para 62% dos quadros dirigentes, as suas empresas possuem estratégias bem definidas no que toca aos objetivos a alcançar na área do digital. Apenas 37% dos trabalhadores partilham esta opinião. As empresas não envolvem suficientemente os seus trabalhadores nos processos de mudança cultural. É essencial que as empresas consigam que os seus colaboradores participem ativamente nesta mudança, já que só assim poderão desenvolver uma cultura digital eficaz e acelerar a transformação das suas organizações. Os quadros dirigentes e intermédios devem ter a capacidade de transmitir a sua visão sobre o papel que o digital deve ter nas suas empresas, convertendo-a em objetivos mensuráveis e incentivando as condutas digitais positivas no seio das suas organizações.
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