COVID-19 é o impulso que as empresas precisam para acelerar a adoção de tecnologia?

De forma a dar continuidade ao fluxo de trabalho, muitas das empresas ganharam a consciência de que o teletrabalho faz parte do futuro das empresas

COVID-19 é o impulso que as empresas precisam para acelerar a adoção de tecnologia?

O COVID-19 fez com que a maioria das empresas tivesse de recorrer a ferramentas digitais para apoiar o trabalho remoto. O Grupo Adecco é exemplo de uma das muitas empresas que teve de apostar nas novas tecnologias, como é o caso da tecnologia de gestão de contratos baseada em cloud da DocuSign para continuar as operações.

O impacto também tem sido sentido pelas próprias empresas de tecnologia. A Cisco, por exemplo, não está só a ajudar os clientes a fazer a transição para as novas forma de trabalho, como está a fazer isso acontecer internamente.

"Estamos a falar de 140 mil funcionários e parceiros que são fundamentais para manter os nossos negócios a funcionar. Normalmente, uma organização do nosso tamanho levaria cerca de dois anos e tivemos cerca de dez dias para prepará-la", afirma o CIO da Cisco para a Austrália e da Nova Zelândia, Julie Canepa.

Os números

Independentemente do estágio de adoção dos negócios, não faltam evidências que demonstrem o aumento significativo da tecnologia de captação das empresas.

"Ao mesmo tempo que ajudamos os nossos clientes a configurar os seus funcionários a trabalhar remotamente, estamos a trabalhar com muitos deles para construir e desenvolver rapidamente novos aplicações para os seus clientes, ajudando assim as empresas a procurar novas maneiras de criar receita", explica Lee Hickin, diretor nacional de tecnologia da Microsoft Austrália, ao ZDNet.

A plataforma Webex da Cisco também viu os números de utilizadores dispararem. Em março, foram gastos 14 mil milhões de minutos na plataforma a nível global, quase o dobro do número registado em fevereiro. 

Do ponto de vista da SAP, desde que tornou o seu software de sourcing Ariba Discovery temporariamente gratuito para ajudar as empresas a lidar com interrupções na cadeia de fornecimento, as postagens dos compradores aumentaram 51% e as respostas dos fornecedores cresceram 177%, com a região da Ásia-Pacífico e do Japão vendo o segundo maior nível de lançamentos com 29% da totalidade, depois da Europa, Oriente Médio e África.

Doug Robinson, da IBM, revelou que a empresa também está na mesma situação, atribuindo este crescimento ao facto dos negócios concorrentes terem encerrado devido à crise. "Vimos alguns clientes quase pararem e perceberem que mesmo coisas como workshops podem ser realmente produtivos no online quando utiizam as ferramentas certas, passando de uma pausa para uma aceleração no seu negócio", explica.

Na linha da frente 

É importante continuar com o fluxo de trabalho de cada empresa. No setor da saúde, a telesaúde é uma solução central que permite consultas remotas. O diretor médico da Orion Health, dos Estados Unidos, Chris Hobson, apontou como as pessoas se têm voltado para a telessaúde como uma solução central para permitir consultas remotas.

"A telessaúde sempre existiu e as pessoas sabiam disso, o COVID-19 só antecipou esta realidade", explicou o diretor médico da Orion Health, Dr. Chris Hobson à Zdnet. "Tradicionalmente, os administradores de saúde pagam por uma consulta presencial, mas não pelo controlo remoto, por isso temos visto muitos avanços nessa frente", afirma.

Necessidade de velocidade

A pandemia, de certa forma, acelerou a adoção de novas tecnologias no fluxo de trabalho das empresas.

O vice-presidente e diretor executivo da ServiceNow ANZ, David Oakley, explica que, como resultado da crise, houve uma mudança drástica na forma como as organizações priorizam a tecnologia para ajudar a manter a continuidade das funções dos negócios existentes.

"Em indústrias mais tradicionais, as organizações veem os fluxos de trabalho digitais de duas maneiras: A primeira, para reinventar a maneira como os consumidores têm acesso a produtos e serviços, digitalmente e em segundo, para ajudar a tornar o trabalho melhor para os funcionários que se estão a adaptar a novas formas de trabalho."

Um passo na direção certa

Olhando para o futuro, Liebenberg, da Optus, prevê que, após o COVID-19 haverá uma probabilidade de que mais negócios pratiquem regularmente o trabalho remoto.

"No final desta jornada, passaremos de um mundo conectado a um mundo hiperconectado, e a maneira como vivemos, interagimos, a maneira como trabalhamos, acabará também por forçar o trabalho remoto”, explica.

Há também uma firme crença de Erich Gerber, Tibco Software APJ e vice-presidente sénior da EMEA, de que com as empresas a acelarar as transformações digitais, haverá o surgimento de novos modelos de negócios.

"Pós-COVID-19, as empresas recém-equipadas serão o novo normal. Isso incluirá a adoção ainda mais ampla de plataformas de colaboração social e recursos de videoconferência. Como consequência natural, a tarefa de orquestrar todos esses fluxos de dados, correlacioná-los e permitir que eles formem insights acionáveis aumentará no que diz respeito à sua complexidade. Provavelmente veremos um aumento da procura para proteger dados e equipamentos remotos", conclui.

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