Margrethe Vestager disse ao Parlamento que "a Comissão pode considerar aprovar apoio público para colmatar eventuais lacunas de financiamento no ecossistema de semicondutores"
Numa medida contra a agravada escassez de semicondutores, a União Europeia anunciou que pretende apoiar e incentivar o setor dos semicondutores, colmatando lacunas de financiamento através do financiamento, por exemplo, de novas fábricas. Devido à elevada dependência da UE de chips asiáticos, a escassez global tem sido particularmente severa no continente europeu, atrasando a produção de equipamentos em diversas indústrias, como os automóveis ou os smartphones, e levando a uma aumento considerável dos preços. "A Comissão pode considerar aprovar apoio público para colmatar eventuais lacunas de financiamento no ecossistema de semicondutores para o estabelecimento, em particular, das primeiras instalações deste género", anunciou a vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager, ao Parlamento Europeu. Mais, a UE – que procura duplicar a quota da produção global de chips para 20% durante a próxima década – planeia adotar a sua própria lei de chips em 2022. Contudo, a CE procuraria garantir que o apoio estava sujeito a fortes salvaguardas no que diz respeito à concorrência e que os benefícios seriam partilhados amplamente sem discriminação em toda a economia europeia, acrescentou Vestager. É de notar que as declarações surgem no seguimento de uma grande pressão francesa sobre a UE, para que permitisse subsídios com menos restrições. Contudo, países como os Países Baixos e a Irlanda, argumentaram que permitir uma utilização excessiva e não direcionada de fundos estratégicos provocaria uma concorrência desleal. A CE reforçou, também, o seu controlo das aquisições no setor digital em reação à preocupação com o domínio das gigantes tecnológicas norte-americanas. A França e a Alemanha argumentaram que, no entanto, a política antitrust não deve dificultar a criação de campeões europeus que possam competir de forma mais eficaz contra grandes players globais, nomeadamente da China. Adicionalmente, a Intel disse recentemente que poderia investir até 80 mil milhões de euros na Europa durante a próxima década, com a Alemanha e a França a ser vistas como as principais concorrentes para as instalações de produção. |