A lutar contra as sanções dos EUA e com as receitas a descerem, Ren Zhengfei acredita que o futuro da empresa está na inovação e na contratação de mais talento
A Huawei tem vindo a ganhar força e nos últimos anos tem estado a resistir às sanções dos EUA, à procura de talento para liderar a corrida nas tecnologias de telecomunicações de próxima geração depois do 5G. Numa conversa interna o mês passado, o fundador e diretor executivo Ren Zhengfei rejeitou a ideia de que a lista negra dos EUA derrotou a gigante chinesa das telecomunicações. Segundo uma transcrição da conversa, citada pela Bloomberg, Zhengfei disse que “não houve nenhum caos dentro da empresa" e que “em vez disso, a empresa está agora mais unida do que nunca, e até atraiu mais talento”. Contudo, os resultados financeiros da gigante chinesa indicam um decréscimo de cerca de 13,8% nas receitas anuais no primeiro semestre. É de notar que a Huawei alcançou um acordo com uma das principais operadoras de telecomunicações chinesas para a aquisição de equipamentos 5G, mantendo o negócio em funcionamento. Mas entre falhas de componentes e a volatilidade do mercado, a gigante chinesa tem tentado encontrar novas fontes de rendimento e está à procura de criar novos negócios em diferentes setores. Adicionalmente, começou a solicitar direitos de patentes a outros fabricantes e vendeu uma marca de smartphones – Honor – a um consórcio chinês no final do ano passado, por uma quantia não especificada. A Huawei é uma das cinco empresas chineses da lista negra dos Estados Unidos, excluídas de realizar negócios com empresas norte-americanos por alegadamente constituírem uma ameaça à segurança nacional. Ren Zhengfei está a contar com a sua equipa de investigação para ajudar a Huawei a recuperar daquela que pode ser uma das sanções mais fortes que a empresa já sofreu. Zhengfei está a traçar o futuro da empresa atentado na próxima geração de tecnologia wireless. A tecnologia 6G, como disse aos colaboradores, "pode ser capaz de detetar e sentir" além das maiores capacidades de transmissão de dados nas tecnologias atuais. "Não devemos esperar que o 6G se torne viável, pois a espera impor-nos-ia constrangimentos por falta de patentes", completou. Além disso, o CEO comprometeu-se a contratar os melhores talentos do mundo com salários mais altos do que os oferecidos pelos concorrentes, assim, disse, “não só vamos liderar o mundo no 5G, como mais importante, vamos procurar liderar o mundo em domínios mais amplos", disse. |