Corrado Farina, Director Sales South da Capefoxx, explica de que forma a revenda de licenças Windows permite ajudar os clientes a otimizar despesas e assegurar a compliance sem necessidade de adquirir licenças para lá das suas necessidades
IT Insight - Como surgiu a Relicense/Capefoxx? Corrado Farina - A Relicense é uma empresa especializada exclusivamente na compra e venda de licenças Microsoft em segunda mão no mercado B2B. A empresa nasceu, em 2008, quando não havia um enquadramento legal claro para a revenda de licenças de software. Em 2012, o Tribunal Europeu legalizou oficialmente esta atividade (julgamento C-128/11 de 3 de julho de 2012) depois de várias tentativas por parte dos fabricantes para bloquear este mercado. Em 2021, a Capefoxx adquiriu a Relicense, que ainda existe com este nome em alguns mercados, mas em outros, como em Portugal, fez o rebranding para o nome Capefoxx. Isto porque pretende, para além de todo este legado e experiência de revenda no mercado europeu, ir mais longe com novos serviços que serão anunciados muito em breve. Como opera o vosso negócio? A Relicense tem duas principais atividades, a primeira das quais é adquirir licenças. Procuramos empresas, geralmente grandes empresas, que por algum motivo têm licenças perpétuas que não estão a usar, e que muitas vezes não sabem que podem vender. Por outro lado revendemos estas licenças a clientes para os quais esta é uma melhor alternativa do que adquirir uma licença nova. Um cliente pode precisar de adquirir a versão mais recente. Mas se ainda está a usar Windows 2016, e não precisa de mais, por que deveria pagar o preço da última versão? A Capefoxx pode vender a versão 2016 a um preço 60% abaixo da mais recente, e assim o cliente paga apenas pelo que precisa. Muitas empresas não podem instalar as licenças mais atuais, porque os seus equipamentos legacy apenas suportam versões mais antigas, por vezes tão antigas como o Windows 7 e o Windows XP. Em muitos casos, estes equipamentos ainda funcionam adequadamente, não têm de estar ligados à internet, e por isso não precisam de ser substituídos. Mas os computadores precisam de licenças, e se forem apanhados numa auditoria com um sistema comprado há 20 anos, agora sem licença, dir-lhes-ão que têm de pagar por uma versão mais recente. Com uma licença em segunda mão, mantêm-se compliant ao mesmo tempo que continuam a usar a versão adequada às suas necessidades. Como é que é feita a transferência dos direitos de uso das licenças entre empresas? Durante anos, os fabricantes de software incluíam uma cláusula nos seus contratos que estipulava que o cliente pode adquirir o software, ser proprietário do seu uso, mas não o pode vender. O mercado de software em segunda mão evidenciou que esta era uma prática abusiva, e em 2012 o Tribunal Europeu julgamento C-128/11 de 3 de julho de 2012 determinou que a revenda de software era legal. A propriedade intelectual pertence ao fabricante, pelo que não podem ser feitas alterações no software, mas os direitos de uso são transmissíveis. Mas ao contrário de bens tangíveis, isto não pode ser feito diretamente – deve ser garantida a rastreabilidade das licenças, e isto foi estabelecido pelo Tribunal Europeu ao regular esta atividade. Isto é feito com um contrato entre as duas partes, no qual o fabricante não está envolvido, e no qual são explicitados todos os dados sobre as licenças a serem vendidas. Isto serve como prova de transferência, para que numa auditoria a empresa compradora possa demonstrar que detém de facto as licenças e está em compliance. Aqui, o nosso papel restringe-se simplesmente à revenda. No caso de grandes empresas trabalhamos diretamente com as grandes empresas, mas com a maior parte do mercado operamos através de integradores – não fazemos análise nem ditamos o que o cliente deve instalar. No fundo, funcionamos um pouco como uma farmácia: o “médico”, o integrador de sistemas, analisa o caso do cliente e passa a “receita” do que precisa de instalar, e nós simplesmente fornecemos a licença.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Capefoxx |