A empresa apresentou esta terça-feira (25/10) resultados do seu 4º trimestre, que revelaram a já antecipada descida de receitas e lucros, o que é a primeira vez que ocorre neste “século”.
Há 15 anos que a Apple não tinha a difícil tarefa de transmitir aos seus investidores que as vendas anuais estão em queda. A empresa de Cupertino foi mesmo a única grande tecnológica que passou pela crise financeira sem lhe “passar crédito”, essencialmente porque a crise “rebentou” quando a Apple estava a lançar os seus primeiros e inovadores iPhones, pelo que nunca conheceu uma descida global de receitas.
Comparando os fechos dos anos ficais de 2015 e 16 ( Y2Y ) as receitas tombaram 8%, dos 234 mil milhões de dolares para os 216 mil milhões. mas se comparamos o Q4 o tombo é maior, de 56 mil milhões para 47 mil milhões, ou 16%. No lucro antes de impostos (R.A.I.) a queda dos resultados ainda é mais expressiva; menos 15% no ano e menos 19% no Q4, com um resultado de 12 mil milhões.
Mas tudo é relativo, incluindo as más notícias: a margem de lucro da Apple continua a ser a maior de toda a indústria de hardware de IT, com uns confortáveis 26%, de fazer inveja a qualquer outro fabricante, assim como uma reserva financeira de uns espantosos 150 mil milhões.
Independentemente do forcast a curso prazo, que também não é muito sorridente (mas esse pessimismo é uma tradição na Apple), o que todos perguntam é onde está o próximo “killer product” porque do iPhone também não se espera muito mais e o Macs ficaram definitivamente para o seu público tradicional.
A curiosidade é ainda maior se olharmos para os números do investimento em Research & Development nos últimos 2 anos: 8 e 10 mil milhões respetivamente.
A pergunta óbvia, e partindo do princípio que retirar o jack de áudio 3,5" ao iPhone não tem esses custos, e porque nunca na história da Apple se investiu tanto, é: o que se está a passar ao nível do desenvolvimento de produtos que venham a ser disruptivos e que voltem a colocar a Apple na senda do crescimento?
Especulações mais ou menos fundamentadas não faltam, e já demos conta aqui de várias, dos automóveis elétricos a novas plataformas de serviços.
Respostas concretas? Ainda um mistério!