AI Digest - Julho de 2024

AI Digest, um resumo do que mais importante está a acontecer no campo da Inteligência Artificial

AI Digest - Julho de 2024

O mais incansável dos políticos: candidato ao Parlamento britânico nasce com IA

Imagine-se um candidato ao Parlamento britânico que nunca precisa de dormir, nunca se cansa de ouvir as queixas dos eleitores e nunca se engasga num debate. Não, não é um super-humano treinado pela MI6 — é o “AI Steve”, o mais recente candidato às eleições gerais do Reino Unido.

Este político virtual, criado pela empresa Neural Voice, promete revolucionar a democracia... ou pelo menos dar-lhe um toque de ficção científica. O homem por detrás da máquina, Steve Endacott, afirma que o AI Steve é apenas o seu “copiloto”, embora seja tentador imaginar um futuro em que os debates parlamentares sejam travados entre Alexas e Siris de fato e gravata.

O conceito é simples: os eleitores podem conversar com o AI Steve a qualquer hora do dia (ou da noite, para os insones preocupados com as políticas de recolha do lixo). Este assistente virtual responde a perguntas sobre políticas, ouve preocupações e até pede sugestões aos eleitores. É como ter um político de bolso, mas sem o incómodo de o convidar para um chá.

Endacott defende que esta abordagem “humaniza” a política, permitindo uma ligação constante com os eleitores. Ironicamente, é preciso uma inteligência artificial para tornar os políticos mais... humanos. Quem diria?

O AI Steve já está a causar sensação, tendo recebido cerca de mil chamadas numa só noite. As principais preocupações dos eleitores? A situação na Palestina, caixotes do lixo e ciclovias. Aparentemente, até uma IA tem dificuldade em resolver o eterno dilema dos caixotes do lixo nas ruas das cidades.

Será este o futuro da democracia? Um mundo onde os políticos são “always on” e os eleitores podem partilhar as suas opiniões a qualquer momento? Ou estaremos a caminhar para um cenário em que os debates parlamentares se transformam em duelos de processamento de dados?

Seja como for, uma coisa é certa: o AI Steve promete ser um candidato que nunca será apanhado a dormir no Parlamento. Literalmente.


DeepMind cria rato virtual com cérebro de IA: o futuro da neurociência ou o início da invasão dos roedores cibernéticos?

A divisão DeepMind da Google e a Universidade de Harvard juntaram forças para criar um roedor virtual dotado de um cérebro de inteligência artificial. Este “rattus digitalis” não só imita os movimentos ágeis dos seus primos biológicos, como também replica a sua atividade neural com precisão impressionante.

Mas o que torna este ratinho digital tão especial? Os investigadores criaram um modelo de rato biomecanicamente realista e treinaram um “cérebro” de IA para controlar o seu corpo num simulador de física. O resultado? Um roedor virtual cujos padrões de atividade cerebral são praticamente indistinguíveis dos seus congéneres de carne e osso quando envolvidos em comportamentos semelhantes.

Esta abordagem de “neurociência virtual” abre portas a novos horizontes de investigação, permitindo testes em animais de IA sem levantar questões éticas (a não ser que comecemos a preocupar-nos com os direitos dos ratos virtuais). Além disso, os conhecimentos adquiridos poderão ser transferidos para a engenharia de sistemas robóticos avançados. Quem sabe, talvez em breve tenhamos aspiradores robôs com a agilidade de um rato e a inteligência de um laureado com um Nobel!

Para os decisores atentos, esta inovação representa uma oportunidade única de compreender melhor como a atividade neuronal gera movimento, potencialmente revolucionando campos tão diversos como a neurociência, a robótica e até a reabilitação médica. À medida que o poder da IA continua a crescer, a nossa compreensão do cérebro e da atividade neuronal está prestes a expandir-se exponencialmente.

Quem diria que o futuro da neurociência passaria por ratos virtuais? Resta saber se estes roedores cibernéticos irão contentar-se com queijo digital ou se aspirarão a conquistas mais ambiciosas. Por ora, parece que o laboratório virtual é o seu habitat preferido.


Robôs ao volante: o futuro da condução autónoma ou o pesadelo dos instrutores de condução?

Imagine que está no seu carro autónomo e, em vez de um volante a girar sozinho como por magia, vê um robô sentado no lugar do condutor, a manobrar o veículo como se tivesse acabado de sair de uma escola de condução para androides. Não, não é o argumento de um próximo filme de ficção científica -- é a mais recente inovação da Universidade de Tóquio no campo da condução autónoma.

Os investigadores japoneses apresentaram o Musashi, um robô que parece ter saído diretamente de um episódio dos Jetsons. Este “condutor de lata” foi concebido para simular os movimentos humanos, com músculos artificiais que lhe permitem adaptar-se ao banco do carro e agarrar o volante como um verdadeiro campeão numa rotunda.

Mas o Musashi não se fica por aqui. Equipado com câmaras, microfones e sensores táteis, este robô tem sentidos quase tão apurados como os de um humano -- embora provavelmente não fique tão irritado com o trânsito nas horas de ponta.

O software de controlo do Musashi permite-lhe aprender com a experiência, reagir a mudanças e reconhecer condições como semáforos e perigos na estrada. Nos testes realizados, o Musashi conseguiu operar o volante, o acelerador e os travões, adaptando os seus movimentos com base nos sensores de feedback. Quem sabe, talvez em breve o vejamos a fazer inversões de marcha em becos sem saída.

Para os decisores atentos, esta inovação representa uma abordagem completamente nova à condução autónoma. Enquanto as empresas têm feito progressos significativos nesta área, a ideia de um robô atrás do volante é verdadeiramente única. Com capacidades físicas semelhantes às humanas, estes robôs poderão ser uma alternativa à condução autónoma tradicional -- e talvez até proporcionem mais tranquilidade do que um banco vazio.

Resta saber se o Musashi passará no exame de condução à primeira... e se os instrutores de condução terão de se especializar em programação robótica. Uma coisa é certa: o futuro da condução promete ser tão emocionante quanto uma viagem na montanha-russa -- esperemos que com menos sobressaltos.

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