Mais de metade dos inquiridos num estudo da Gartner diz que estado atual das redes sociais decaiu. Entre os principais motivos para esta perceção encontra-se a disseminação de desinformação
Um estudo da Gartner concluiu que 50% dos consumidores irá abandonar ou limitar significativamente as suas interações com redes sociais até 2025. A investigação, que decorreu entre julho e agosto deste ano e contou com a participação de 263 consumidores, revela que 53% dos consumidores acredita que o estado atual das redes sociais decaiu em comparação com o ano anterior ou com cinco anos atrás. Entre as principais razões que justificam este declínio encontra-se a disseminação de desinformação e a prevalência de bots. “As redes sociais continuam a ser o principal canal de investimento para o marketing digital, mas os consumidores estão a tentar limitar ativamente a sua utilização”, afirmou Emily Weiss, Senior Principal Researcher na Gartner Marketing Practice. Parte significativa dos participantes do estudo está a compartilhar menos conteúdo das suas vidas, acrescentou Emily Weiss, o que reflete também uma necessidade de os “CMO redirecionarem as suas estratégias de aquisição de clientes e retenção de fidelidade” em resposta à alteração do uso das plataformas. Desconfiar da inteligência artificialUma investigação da Gartner, com a participação de 305 consumidores, revela que 72% dos participantes acredita que os gerados de conteúdo baseados em IA podem espalhar informações falsas ou enganosas. Uma outra investigação com 320 consumidores, e levada a cabo em fevereiro deste ano, concluiu que a perceção de que as experiências e recursos alimentados por IA são melhores do que os humanos está a deteriorar-se. Desta forma, Weiss acredita que “uma subseção de marcas evitará a IA e priorizará um posicionamento mais humano”. Usar a IA generativa para resultados diferenciadosA inteligência artificial generativa, que assistiu a um crescimento acentuado este ano, oferece uma maior produtividade e redução de custos aos CMO, principalmente ao nível dos serviços criativos. Esta produtividade aprimorada irá permitir redirecionar habilidades e tempo para projetos criativos estratégicos mais avançados, assim como alavancar a inovação de produtos e serviços de generative AI. De acordo com Emily Weiss, “o uso do GenAI no trabalho diário rotineiro de uma equipa criativa liberta-os para fazerem idealização, testes e análises criativas de nível mais elevado e mais impactante”. De acordo com um estudo realizado em agosto com 299 consumidores, 79% dos entrevistados diz esperar usar a pesquisa aprimorada por IA já no próximo ano. Esta rápida adoção da inteligência artificial generativa nos mecanismos de busca vai implicar significativamente na capacidade dos CMO de aproveitarem a pesquisa orgânica como forma de impulsionarem as vendas. Segundo a Gartner, o tráfego de pesquisa orgânica das marcas diminuirá em 50% ou mais até 2028, à boleia da adoção da pesquisa generativa alimentada por IA. “Os CMOs devem preparar-se para a interrupção que a pesquisa, apoiada pela GenAI, trará para as suas estratégias de pesquisa orgânica”, explicou Weiss. Ainda de acordo com a Gartner, até 2026, 60% dos CMO adotarão tecnologia de autenticidade de conteúdo e monitorização aprimorada de forma a protegerem as suas marcas de fraudes desencadeadas pela generative AI e garantirem a mitigação de riscos. “À medida que o conteúdo criado com as ferramentas GenAI aumenta em todos os canais de marketing, a transparência ao redor da sua utilização tornar-se-á cada vez mais necessária para manter a confiança com os clientes”, reiterou a Senior Principal Researcher. |