Um estudo realizado nos EUA revela que os utilizadores de Business Intelligence continuam a prestar mais atenção a dados estruturados e produzidos dentro da empresa, negligenciando o valor dos não estruturados
Aquando da recolha e da análise de dados de Business Intelligence (BI), os analistas debruçam-se sobretudo sobre os que são produzidos internamente nas suas organizações (70%), sobre os dados oriundos dos seus sistemas (59%) e sobre dados estruturados (58%), de acordo com uma pesquisa conduzida pela Clutch, empresa norte-americana de análises de mercado para o segmento B2B. O estudo envolveu 291 participantes que utilizam ferramentas de BI para análise de dados como parte das suas funções, oriundos de empresas de várias dimensões, com 54% a representarem empresas com mais de 500 funcionários. Os dados estruturados são populares entre os analistas porque a informação pode ser facilmente inserida num base de dados e pesquisada, sendo mais acessível do que a informação não estruturada, nomeadamente a proveniente da Internet of Things ou das redes sociais. Quase 85% dos utilizadores de analítica de BI auscultados disseram mesmo que os dados estruturados são mais importantes que os não estruturados. “Novos tipos de dados são mais difíceis de utilizar porque os dados não são uma forma user-friendly”, aponta Dean Abbott, co-fundador e Chief Data Scientist da SmarterHQ, plataforma de marketing para retalhistas que converte dados dos consumidores em insights. “Todos os dados antigos existem sob uma forma estruturada, pelo que é possível inseri-los numa base de dados, aplicar algoritmos e deles extrair valor muito mais depressa”. A pesquisa também concluiu que os dados gerados internamente por uma organização são considerados mais válidos pelos analistas. Cerca de 65% dos inquiridos classificam-nos como mais importantes do que os dados recolhidos fora da empresa. A informação interna é mais popular devido à sua acessibilidade, segundo a Clutch. No entanto, as empresas também podem beneficiar dos dados recolhidos externamente, sobretudo se pretenderem conhecer melhor os seus clientes. A pesquisa também contemplou o modo como os negócios utilizam ferramentas de BI, tendo concluído que os utilizadores tendem a adotar software de analytics para facilitar a análise estatística (63%), a gestão de dados (62%) e a visualização destes (42%), o que inclui o desenvolvimento de gráficos e de tabelas. No entanto, a capacidade das organizações maximizarem o valor dos dados é posta em causa pelos especialistas da indústria. A própria Clutch recomenda que as empresas criem uma estratégia compreensiva em relação aos dados e estabeleçam métricas claras para rastrear e maximizar o valor dos dados. O estudo identifica, assim, três passos necessários aquando da seleção de uma solução de BI analytics: definir o nível de análise de dados que se pretende obter da ferramenta; identificar o nível de conhecimentos técnicos à disposição dentro da organização; determinar se se pretende integrar plataformas existentes com a ferramenta de BI. |