Gartner: valor das organizações dependerá do seu portfólio de informação

Num relatório onde prevê e analisa a importância crescente dos dados e do analytics, a Gartner diz que atualmente a informação não é tida em conta pela contabilidade das empresas, que por isso acabam por não conseguir capitalizá-la. Um cenário que, no entanto, deverá ser alterado, dado que as organizações deverão ser cada vez mais avaliadas pelo seu portfólio de informação

Gartner: valor das organizações dependerá do seu portfólio de informação

Ao dar a conhecer uma série de previsões acerca da importância crescente de data e analytics, os analistas da Gartner concluíram que embora a informação cumpra os critérios que definem um ativo de negócio, as atuais práticas de contabilidade impedem que as empresas a capitalizem. Deste modo, realçam, hoje em dia não é possível encontrar o valor da informação nas folhas de balanço.

"Mesmo estando no meio da era da informação, a informação simplesmente não é valorizada por quem avalia o negócio", refere Douglas Laney, vice president and distinguished analyst, Gartner. "No entanto, ao longo dos próximos anos, o responsáveis pela avaliação de investimentos corporativos, incluindo analistas de capital, serão obrigados a considerar o valor da informação de uma empresa para serem capazes de a avaliarem corretamente".

A consultora revela ainda, num estudo, que há empresas que já demonstram sensibilidade para esta questão, ao contratarem um Chief Data Officer (CDO), formando equipas de data science.

"Qualquer pessoa que avalie adequadamente um negócio neste mundo cada vez mais digital, terá de ter em conta os seus dados e recursos de análise, incluindo o volume, variedade e qualidade de seus ativos de informação”, refere Douglas Laney.
 
Os analistas de ações e investidores institucionais serão os mais inflexíveis a esta tendência, considerando apenas os recursos de dados técnicos e analíticos de uma empresa e como o seu modelo de negócios fornece uma plataforma para capturar e alavancar informações ao invés do valor real dos seus ativos de informação.
 
A Gartner diz que os conselhos de administração e os CEO não devem adiar a contratação ou a nomeação de CDOs para começarem a coletar, gerar e gerir os ativos de informação antes que uma massa crítica de analistas de ações comece a questioná-los.
 
De acordo com a consultora, até 2019, 250 mil pedidos de patentes incluirão reivindicações de algoritmos, um aumento de dez vezes face aos últimos cinco anos.

Segundo os dados de um estudo mundial no Aulive, cerca de 17 mil patentes solicitadas em 2015 mencionaram o "algoritmo" no título ou descrição, contra 570 em 2000. Incluindo aqueles que mencionaram o "algoritmo" em qualquer parte do documento, houve mais de 100 mil pedidos no ano passado versus 28 mil há cinco anos.
 
Tendo em conta este ritmo de crescimento, e considerando o crescente interesse em proteger o IP algorítmico, em 2020 poderia haver quase meio milhão de pedidos de patentes que mencionassem "algoritmo" e mais de 25 mil pedidos de patentes para os próprios algoritmos.
 
Das 40 organizações que patentearam a maioria dos algoritmos nos últimos cinco anos, 33 são empresas chinesas e universidades. A única empresa ocidental no top 10 é a IBM, em 10º lugar.
 
"Apesar de sua importância crescente, demasiados algoritmos de grande dimensão ainda são deixados de parte. Uma grande dos líderes empresariais não se importam com esta situação, desde que os algoritmos funcionem”, comenta Douglas Laney. “No entanto, os algoritmos podem fazer uma grande diferença. A lista de algoritmos importantes é interminável. Para citar apenas alguns: Google PageRank, mp3, blockchain e backpropagation em deep learning”.
 
Para a Gartner, os líderes de dados e analíticadevem trabalhar de perto com os líderes empresariais e especialistas de modo a desenvolver metodologias para avaliar algoritmos e avaliar quais deverão ser patenteados.

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