A portuguesa Galucho – criada há mais de cem anos – entrou num processo de transformação digital aquando do embate da pandemia, em 2020, desde logo com a entrada de Miguel Borges, que se tornou, na altura, Diretor de IT da empresa que atua no setor agrícola
Foi há mais de cem anos, na região de S. João das Lampas, em Sintra, que José Francisco Justino fundou a Galucho, depois de se ter especializado no desenvolvimento de arados e charruas na vertente agrícola. Desde 1920, a empresa tem vindo a desenvolver a sua atividade, através da expansão da área de atuação – dedicando-se também ao setor dos transportes e peças – e da internacionalização – com a colocação de postos de produção na Argélia (além da sede em S. João das Lampas e Albergaria-a-Velha).
“Contamos ainda com um vasto leque de parceiros estratégicos que colocam a Galucho a operar numa dimensão mundial”, responde Miguel Borges, atual Diretor de IT da Galucho, que assumiu funções em 2020, na erupção da pandemia e do trabalho remoto, quando havia 300 colaboradores no chão de fábrica. Enquanto parte das empresas nacionais que olharam para a transformação digital como a mais urgente das necessidades no contexto pandémico, Miguel Borges explica que existiram e existem bastantes desafios e o percurso é “deveras desafiante”. Após à sua entrada, a estratégia de transformação digital da empresa “deu-se de uma forma natural”. De olhos postos nos requisitos do negócio e do mercado, e tendo como foco a vontade de acelerar essa transformação, a linha de ação prendeu-se, sobretudo, com a “uniformização de processos e modelos no que toca ao uso das tecnologias” e teve, inicialmente, uma “forte componente na implementação de novas infraestruturas”.
Foram muitos os passos dados em direção a este caminho, mas ainda há várias preocupações presentes, nomeadamente no que concerne a mentalidade, o IoT e a segurança. No seio de uma empresa portuguesa, com colaboradores com muitos anos de casa, a resistência à mudança tem proliferado até à data no processo de transformação digital. Contudo, segundo Miguel Borges, a Galucho tem “acompanhado de perto todas as áreas e colaboradores mais sensíveis de maneira a torná-los parte integrante e envolvente nos projetos, mantendo a formação como um pilar”. As preocupações também recaem sobre a segurança – uma preocupação constante para as empresas atuais, que veem um cerco de cibercrime em seu redor. Por outro lado, existem também algumas preocupações no que toca às unidades fabris. A Galucho tem procurado fomentar a robotização e gestão centralizada das máquinas através do IoT, “para desta forma obter uma maior eficiência”, otimizar a produção e apresentar soluções que permitam uma maior produtividade e que possa crescer, diferenciando-se dos principais concorrentes, explica Miguel Borges. Para o responsável, “o fator-chave que leva uma organização a ser bem-sucedida no processo de transformação digital é, sem dúvida, a resiliência, através da qual conseguimos obter uma maior produtividade com os processos automatizados, com mais inovação tecnológica que nos traz inúmeras potencialidades e catapultando o crescimento da empresa com processos mais eficientes”, reflete. Atualmente, os principais objetivos do Diretor de IT da Galucho são “crescer profissional e tecnologicamente, e com esse crescimento colocar a empresa um patamar mais acima”. As perspetivas alinham-se. Miguel Borges espera que a empresa vá ter um crescimento exponencial com a implementação do IoT “em todo o parque industrial e conseguir o match perfeito entre colaboradores e máquinas”. Olhando para o que se avizinha, Miguel Borges diz que, neste momento, “estão muitos projetos na manga”, destacando-se “a monitorização energética e a implementação de um novo ERP”, sendo este último “um dos principais objetivos que vão certamente catapultar a empresa no grande processo de transformação digital a que se propôs aquando da minha entrada”, conclui o responsável pelo IT da organização. Para o responsável, “o fator-chave que leva uma organização a ser bem-sucedida no processo de transformação digital é, sem dúvida, a resiliência, através da qual conseguimos obter uma maior produtividade com os processos automatizados, com mais inovação tecnológica que nos traz inúmeras potencialidades e catapultando o crescimento da empresa com processos mais eficientes”, reflete |