“O que cria realmente valor nas organizações são os projetos inovadores e de transformação”

O Grupo Brodheim conta já com mais de 70 anos de história e atua em dois grandes sectores: o fashion retail, onde o grupo detém mais de 65 lojas e tem vindo a expandir a sua cadeia de lojas próprias, sendo um representante exclusivo das mais prestigiadas marcas do mundo da moda premium (Guess, Furla, Timberland e Vans) e de luxo (Burberry, Tod’s e Betrend). Inclui ainda o Wholesale (B2B) com representação de marcas cuja venda das coleções se destina ao comércio multimarca.

Já no setor da ótica, o Grupo Brodheim possui o grupo Optivisão que há mais 30 anos contribui ativamente para a prevenção dos problemas de saúde visual de todos os portugueses. Atualmente com dez lojas próprias e 250 - António Monteiro, Head of IT & Innovation do Grupo Brodheim - lojas franquiadas, inclui ainda a Modavisão (B2B) que tem a representação de prestigiadas marcas internacionais de armações e óculos de sol (Silhouette, Neubau, ProDesign, Benetton, Porche Design).

Evolução e percurso

Nos últimos anos, o grupo tem registado um crescimento muito acentuado devido à abertura de várias lojas de retalho no setor da moda e à aquisição do grupo Optivisão em 2016.

Toda esta situação criou uma enorme pressão nas tecnologias de informação do grupo.

António Monteiro, entrou no Grupo Brodheim em 2018 para liderar a transformação digital do grupo, com a missão de definir e implementar a estratégia de IT Governance que resultou na reorganização das funções de IT, contratação de novos colaboradores e elaboração e negociação de contratos de outsourcing com os seus parceiros.

“Desde essa altura temos vindo a consolidar uma estrutura mais eficiente que responde com eficácia aos desafios que são constantemente colocados pelo negócio”, afirma António Monteiro, Head of IT & Innovation do Grupo Brodheim.

A estratégia de transformação digital

O setor do retalho conta com lojas abertas a partir das 06h (no aeroporto) e que fecham às 24h (nos centros comerciais), numa operação praticamente “non stop” ao longo de 365 dias por ano.

Esta é uma atividade muito exigente no suporte às operações de negócio, e que obriga a uma constante monitorização dos equipamentos e sistemas para que o grupo possa estar preparado para uma reação imediata em caso de avaria de equipamentos e sistemas de loja.

“Esta foi uma componente muito importante. Dotar o setor de IT do grupo com ferramentas e sobretudo com bons parceiros que nos assegurem que somos eficientes na gestão e suporte às operações de negócio”, explica.

Por outro lado, e o que na visão de António Monteiro, cria realmente valor nas organizações, “são os projetos inovadores e de transformação”.

“Tivemos a preocupação de capacitar a organização com uma estrutura de IT, não só no apoio aos projetos desenvolvidos pelos nossos parceiros, mas também com a capacidade de desenvolver com autonomia alguns projetos internos”.

Numa primeira fase foi efetuada uma avaliação aos processos, pessoas e tecnologias do grupo e foi ainda realizada uma cuidadosa avaliação do modelo de negócio e das necessidades a curto/médio prazo e de longo prazo, o que resultou na definição de um roadmap de transformação digital.

Foram então criadas várias iniciativas que se traduziram na implementação de projetos de transformação digital tendo sido criados dois grandes blocos: os projetos de eficiência operacional, que estão relacionados com a automação e digitalização de processos e que normalmente são projetos de duração mais reduzida, numa ótica de fazer mais e melhor, e se possível com redução de custo. Existem ainda os projetos mais estratégicos e inovadores que incorporam um maior valor para a organização e que estão associados a potenciar o aumento de vendas e apoiar novos modelos de negócio.

Nos últimos tempos e em virtude do contexto pandémico atual foram ainda desenvolvidas iniciativas de e-commerce, projetos de mobilidade e ligação do online às lojas físicas com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos clientes.

A chave

O Head of IT & Innovation do Grupo Brodheim considera que o fator- -chave para uma empresa ser bem-sucedida no processo de transformação digital passa por uma boa identificação das necessidades de negócio, ou seja, uma boa especificação e uma criteriosa seleção dos projetos que possam contribuir para a organização com um ROI mais elevado, sendo ainda fundamental avaliar em cada momento de decisão o que melhor se ajusta ao processo de transformação digital.

“Muita resiliência, capacidade de adaptação constante aos fatores externos, muito critério nas propostas de investimento tecnológicas”, estas são, para António Monteiro, as principais preocupações para um CIO numa perspetiva a curto prazo.

Por outro lado, acredita que também é necessário ter presente que este contexto estará ultrapassado dentro de alguns meses e é necessário preparar as organizações para o pós-covid com novos métodos, com novas ferramentas e mais digitalização, o que lhes permitirá, na altura do “arranque”, estarem bem posicionadas.

Para o futuro, António Monteiro admite que existe uma grande expectativa em retomar rapidamente à “vida normal” e em receber os turistas que visitam Portugal e que representam uma fatia muito importante das vendas.

O objetivo é continuar a apostar no caminho da transformação digital, onde o grupo tem vários projetos em curso e outros previstos a curto e médio prazo.

“É importante procurar avaliar em cada momento qual a melhor solução e de que forma ela pode contribuir para melhorar o negócio”, conclui.