Algumas ideias analógicas que paradoxalmente podem ajudar os negócios
Em tempos de profunda transformação, muitas empresas procuram soluções no digital, procuram tendências que usam tecnologias e plataformas emergentes. As videoconferências, as transmissões “ao vivo”, bem como a realidade virtual, aumentada e híbrida, servem agora para remodelar os modelos de negócios e envolver os consumidores de formas mais criativas. E se o inverso pudesse ser explorado da mesma forma, ou seja, utilizar produtos e ideias analógicas para transformar o modelo de negócio e ao mesmo tempo acelerar os processos com a sua digitalização? Algumas inovações inspiradas no analógico estão a ser adaptadas para ajudar empresas e consumidores: OYB - Origami Your Business: Alavancar o consumo em tempos de confinamento através de DYIUm dos maiores desafios que as empresas atualmente encontram é a rápida necessidade de converter produtos e serviços que eram analógicos, em todo o caso há muitos produtos virtualmente impossíveis de se tornarem digitais. Esse foi o ponto de partida da Nendo um estúdio de Design Japonês que criou uma bolsa para uma plataforma online italiana (https://uptoyouanthology.com/). Esta forma de ajudar os clientes a montar os seus produtos não é nova (IKEA), mas a possibilidade de adquirir templates e/ou desenhar templates para revenda muda o paradigma de uma empresa de produção para uma empresa em plataforma de Crowd-Design. DTYB – Drive Through Your Business: Adaptar espaço físico para criar soluções Drive ThroughEste é o modelo de entrega com mais de 90 anos e que vai criar oportunidades para renovar negócios. Claro que nem todos os negócios com espaço físico tem a capacidade de se adaptar a drive-through. No entanto, muito negócios poderão adaptar as suas instalações para ajudar os consumidores a conseguirem o que querem num tempo muito curto, garantindo ao mesmo tempo a segurança dos clientes. Existem, mesmo assim, alguns negócios e espaços que podem ser adaptados para o Drive-Through nomeadamente: Farmácias, restauração, clínicas, veterinárias, serviços de reparação rápida e lojas de conveniência. RCS – Recenter Consumer Senses: Maximizar a experiência sensorial do consumidor, com dadosÀ medida que mais e mais aspetos das nossas vidas são digitalizados, é pertinente perguntar quais os elementos de um produto ou negócio que podem amplificar o fascínio pelos materiais táteis, pelo analógico, e pelo retro que também pode ocorrer em relação às tecnologias que nunca tiveram um precursor ou contraponto físico. Nos últimos anos assistiu-se ao desenvolvimento de muitos produtos de raiz digital, sem explorar o retro, ou mesmo as experiências sensoriais do consumidor. À medida que o consumidor exige melhor experiência, o analógico sensorial terá de voltar ao centro do desenho, agora alavancado com dados e tecnologias híbridas (como IoT, AI e XR). A forma física habituou-nos a ser algo de muito diferente: ocupa o espaço entre o arquetípico de dispositivo tecnológico artístico e minimalista (Bang & Olufsen) e um produto de estilo de vida destinado ao nosso dia-a-dia. Onde residem as oportunidades? Na integração da inovação para servir o consumidor oferecendo mais dados e mais funcionalidades através das tecnologias híbridas mencionadas. A desconexão entre os objetos analógicos e a maneira como interagimos com estes é critico para as crescentes preocupações sobre privacidade e controlo que a empresa tem sobre os nossos dados e o que esses dispositivos quando ativados provocam. Quais as notas à navegação para a conversão de produtos analógicos em produtos “aumentados”? Atenção ao que o consumidor não quer, RGPD, interoperabilidade com plataformas existentes e capacidade de criar real valor em vez de ser mais um gadget (ao qual muitos de nós temos ganho fadiga). Ficam ainda duas notas para oportunidades de inspiração, o Detox Digital (uma tendência crescente) e ou um bom livro para quem ainda assim resiste à inovação e ao digital, a minha sugestão: “The Obstacle is the Way”, por Ryan Holiday. |